Profa. Dra. Ursula Kirschner leciona e realiza pesquisas há mais de 20 anos na na Escola de Sociedade e Cultura da Leuphana Universität Lüneburg. Como Diretora do Instituto de Pesquisa em Cultura e Espaço Urbano, seu trabalho foca na interseção entre arquitetura e espaços urbanos. Estudou arquitetura na Universidade de Artes de Berlim e obteve seu doutorado na Universidade de Belas Artes de Hamburgo.
Nayara Benatti, doutoranda no Instituto de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (Brasil), estagiou na Leuphana Universität Lüneburg. Especialista na interseção entre sociologia urbana e urbanismo, Possui Bacharelado em Ciências Sociais pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e Mestrado pelo IAU-USP. Como pesquisadora do Núcleo de Estudos dos Espaços Contemporâneos (NEC-IAU-USP), investiga as dimensões democráticas e participativas da ocupação do espaço público.
O período da profa. Ursula como pesquisadora visitante no IAU-USP é financiado pela Fundação von Humboldt no contexto de uma pesquisa sobre cartografias e etnografia urbana em parceria com o prof. David Sperling.
Profa. Dra. Ursula Kirschner – Leuphana Universität Lüneburg
Auditório IAU.USP 24.10 18h
Profa. Dra. Ursula Kirschner leciona e realiza pesquisas há mais de 20 anos na na Escola de Sociedade e Cultura da Leuphana Universität Lüneburg. Como Diretora do Instituto de Pesquisa em Cultura e Espaço Urbano, seu trabalho foca na interseção entre arquitetura e espaços urbanos. Estudou arquitetura na Universidade de Artes de Berlim e obteve seu doutorado na Universidade de Belas Artes de Hamburgo.
Seu período como pesquisadora visitante no IAU-USP é financiado pela Fundação von Humboldt no contexto de uma pesquisa sobre cartografias e etnografia urbana em parceria com o prof. David Sperling.
Otávio Paz dizia que a poesia é uma operação capaz de mudar o mundo, é revolucionária por natureza; em certo sentido, é uma oração, uma prece ao vazio, um convite à viagem, um diálogo com a ausência, magia. É um “caracol que ressoa a música do mundo”.
Em certo sentido, este grupo de pesquisa, que chamamos carinhosamente de apenas “NEC”, foi criado de modo a dar vazão a esta música do mundo que ecoava e inquietava, como se clamando por um violão ou uma flauta para ser tocada. Foi assim que, em 2006, ele foi vislumbrado pelos professores do então Departamento de Arquitetura e Planejamento da EESC, atual Instituto de Arquitetura e Urbanismo, Luiz Recamán e Ruy Sardinha. Formulado inicialmente como um grupo de estudos de estética e arquitetura (GEA), as discussões sobre o Belo, o Sublime e o Horror à luz da cena contemporânea marcaram a retomada da interlocução e aflições que os dois amigos e professores mantinham desde o tempo da graduação na FFCLH, inspirados pelas lentes de Otília Arantes, que mais tarde viria a se tornar a orientadora de ambos.
No começo, não importava tanto se não houvesse público para assistir ou mais pessoas interessadas em participar das discussões. Em certo sentido, poderia ser como aquela espécie de diálogo com o vazio; em algum outro momento, as vozes deste solo ou dueto haveriam de se transformar em coro. A poesia tem esse tanto de fé mesmo.
Pouco tempo depois, o grupo de estudos se institucionaliza como Núcleo de Estudos das Espacialidades Contemporâneas, nome também da disciplina oferecida por ambos no Programa de Pós-graduação do IAU. Hoje, quase 20 anos depois, o NEC viu florescer essas sementes carinhosamente plantadas, com uma diversidade de pesquisadores, professores, alunos, ouvintes, e podemos, de fato, dizer, com uma boa dose de alegria e orgulho, o quanto esse coro-caracol compõe-se já em uma canção sólida, cuja melodia entremeia-se por diversas vozes e arranjos.
Mas, é também hoje, com praticamente a mesma dose invertida em desalento, que anunciamos a passagem daquele que foi um dos idealizadores do grupo, o nosso querido Luiz Recamán.
Recamán, como os alunos costumavam chamar, foi professor em São Carlos de 2003 a 2010, participando da formação de diversos alunos de graduação e da pós-graduação. Era conhecido e lembrado, mesmo anos após sua saída do IAU, por suas aulas eloquentes e profundas, por seu humor preciso, por sua generosidade na relação com os alunos e orientandos, por sua humildade no tratamento com as pessoas. Não tinha receio de falar “eu também não sei” ou “eu também precisava entender melhor” sobre determinado assunto. Ao mesmo tempo, era certo consenso a menção ao Recamán como um dos professores mais brilhantes e sensíveis que o IAU já teve.
Suas orientações eram sempre momentos de verdadeiras sínteses e lampejos – ele era capaz de organizar aquele caos presente em cada microcosmo de inquietações – comuns em pesquisas acadêmicas – em um raciocínio linear; em linguagem, afinal. Assim, conseguia lapidar em nós nossa própria potência e ajudava-nos a entender nossas próprias angústias.
Suas palavras, sejam proferidas em aulas, conversas ou orientações, impactavam para muito além dos limites da sala de aula ou do universo acadêmico: elas levavam muitos (de nós), com uma mistura de admiração – por sua facilidade e clareza na articulação das ideias – e estupefação, dada a densidade dos conteúdos discutidos – cuja compreensão parecia demasiadamente volátil para um mero mortal – a questionar nossa relação e nosso papel neste mundo que se apresenta tal como está. Pois é certo que elas causavam um descentramento de nós mesmos, absolutamente necessário para que qualquer transformação se torne possível.
Por isso, com esse misto de tristeza e inconformismo, de carinho e saudade, cientes de que nenhuma nota é capaz de abarcar a riqueza do percurso de um indivíduo ou a dimensão de seu legado, manifestamos aqui, em nome do NEC, nossa profunda e eterna gratidão ao nosso querido Luiz Recamán, com a confiança de que seus ensinamentos, suas palavras e seu jeito de ser – sua poesia, enfim – continuarão ecoando das mais ricas e diversas formas em todos nós.
Nego Bispo, nascido no Piauí, quilombola, lavrador e mestre das periferias, participou, no dia 21.11.2023, da programação do “Novembro negro”, um conjunto de eventos que contou com a participação da USP Carlos. Em sua apresentação do convidado, prof Ruy Sardinha (NEC-USP) assim se referiu ao convidado: “ Nego Bispo, filósofo do saber orgânico, das escolas não escrituradas da Caatinga, aprendeu que os nomes são feitiços. Que podem ser usados para adestrar as pessoas, tirando-as de suas cosmologias ou podem se tornar armas de defesa contra o inimigo. Bispo nos instiga a jogar o jogo de contrariar as palavras e modos de vida coloniais como modo de enfraquecê-las”.
Os professores Ruy Sardinha Lopes e Amanda Saba Ruggiero participaram do IV Congresso de Patrimônio Cultural Internacional e Interdisciplinar, cujo tema foi Patrimônio Industrial, questão social e desafios para uma nova governança, em outubro de 2023 na cidade de Concepción, Chile. Organizado pelo Centro Cultural CREASUR, com apoio do Núcleo de Investigadores do Sul (NUDISUR), o congresso teve financiamento do Governo Regional de BioBio, e contou com a participação de docentes, profissionais representantes do TICCIH de diversos países, gestores, pesquisadores, ativistas e representantes de comunidades e movimentos sociais. Os docentes do NEC IAU USP apresentaram resultados parciais da pesquisa em desenvolvimento sobre a readaptação de espaços industriais no interior do Estado de São Paulo. O trabalho selecionado “El silbido de la fábrica de tejidos: la reconversión ‘creativa’ del patrimonio industrial en el interior del estado de São Paulo”, teve como objetivo comparar dois estudos de caso, em que pese as demandas e necessidades derivadas das distintas atividades relacionadas com as necessidades de conservação e salvaguarda de bens industriais reconvertidos. As apresentações reuniram representantes de todo mundo, desde países da américa latina como México, Cuba, Venezuela, Brasil, Argentina, Uruguai, Chile, bem como Espanha, Alemanha, França, Nepal, Egito, Indonésia, Índia e Nigéria, e apontaram diferentes miradas possíveis ao Património Industrial, demonstrando a complexidade de temas e aspectos estudados, incorporando as dimensões interdisciplinares com abordagens apresentadas por historiadores, antropólogos, cientistas sociais, geógrafos, arquitetos, urbanistas, turismólogos, economistas, administradores e gestores públicos.
O NEC.IAU.USP teve 13 projetos aprovados no edital do Programa Unificado de Bolsas da USP – Edital 2023/2024, nas modalidades Pesquisa, Cultura e Extensão, e Ensino. Alunos interessados devem se inscrever pelo sistema Junoentre 01 e 15/08. O processo de seleção se dará entre 16 e 31/08, após o contato dos professores responsáveis.
Modalidade Pesquisa
Ambientes e Aglomerados Urbanos Criativos: os patrimônios Industriais tombados e reconvertidos do interior do estado de São Paulo
Prof. Dr. Ruy Sardinha Lopes
Bolsa(s): 1
O impacto e reverberações dos novos ambientes e aglomerados urbanos “criativos”- empreendimentos de cultura, entretenimento, inovação, centros culturais, fab-labs, media-labs, co-working, incubadoras ou campus de inovação – na paisagem urbana e desenvolvimento social e econômico ainda são pouco conhecidos e estudados, em especial no que se refere ao interior do estado de São Paulo. Não obstante a diversidade tipológica e programática desses espaços, chama a atenção o crescente uso do patrimônio industrial disponível reconvertido para esses novos usos, de forma que às questões decorrentes da implantação e uso atuais desses espaços se somam àquelas oriundas da necessária salvaguarda e conservação não apenas da materialidade de tais edificações mas também a memória do conjunto das atividades e relações laborais e sociais ali constituídas. Frequentemente tais ambientes e aglomerados “criativos” são também espaços da memória coletiva. A presente pesquisa tem como objetivo geral o estudo desses espaços, quer no que se refere às suas tipologias, formas de implantação, ecossistemas produtivos e de consumo, usos e novas dinâmicas urbanas, bem como, no caso específico dos patrimônios industriais reconvertidos, as relações entre os novos usos e as questões patrimoniais. Como objetivo específico, dada a necessidade de maior conhecimento do estoque de bens patrimoniais industriais salvaguardados ou em processos que foram ou estão sendo reconvertidos no interior do estado de São Paulo, propomos o mapeamento a partir dos processos existentes nos diversos órgãos de preservação – federal, estadual e municipal.
Andarilhas urbanas: práticas caminhantes de mulheres latinoamericanas
Prof. Dr. David Sperling
Bolsa(s): 1
Esta proposta de projeto de pesquisa está vinculada ao Núcleo de Estudos das Espacialidades Contemporâneas (NEC-IAU.USP) do qual este proponente faz parte. Esta pesquisa se coloca na esteira dos estudos sobre psicogeografia e deriva, práticas de estudo da geografia urbana. Para Careri (2017), deriva é palavra de origem náutica que expressa a “ambiguidade do perder-se conscientemente, procurando dosar o desejo e o acaso, o racional e o irracional, o projeto e o antiprojeto”. Contudo, muito já se escreveu sobre as derivas em solos europeus, e se faz necessário navegar em direção ao Sul e situar a perspectiva epistemológica na experiência social do outro lado da linha. Um outro lado marcado pela repressão da “colonialidade de poder e de saber”, nas palavras de Quijano (2010), que sugere então inserir a corporeidade no centro da luta contra a colonialidade para devolver aos indivíduos o controle das instâncias básicas da sua existência social: trabalho, sexo, subjetividade e autoridade. Se pensarmos na cidade enquanto o espaço no qual os indivíduos existem socialmente, o Flâneur de Baudelaire personifica o sujeito que mais goza do direito de deambular pela cidade explorando sua subjetividade e a do espaço sem ter o corpo violado – o homem branco europeu rico. Opondo-se à literatura da modernidade que descreve quase unicamente a experiência dos homens, invisibilizando as relações das mulheres com a cidade, esta pesquisa propõe-se a traçar um panorama contemporâneo das práticas caminhantes das mulheres latinoamericanas e a partir delas tomar São Carlos como mar pelo qual uma andarilha urbana propõe-se a navegar e a parar. A andarilha urbana é, nas palavras de Lauren Elkin (2016) “determinada, engenhosa e profundamente sintonizada com o potencial criativo da cidade e as possibilidades libertadoras de uma boa caminhada”. Distanciando-se de une femme passante de Baudelaire, a mulher agora não é mais objeto mas sim sujeito do olhar caminhante.
Atlas do Chão: territórios moventes
Prof. Dr. David Sperling
Bolsa(s): 1
O presente projeto se insere no escopo do Projeto Atlas do Chão (https://www.atlasdochao.org/), em desenvolvimento em parceria com universidades brasileira e estrangeira, com o objetivo de explorar práticas cartográficas críticas para a visibilização de práticas de cuidado, bem como de processos de expropriação e colonialidade que se expressam no chão, hoje e historicamente, compreendendo o chão com um arquivo e um ser vivo. Os/as bolsistas atuarão junto à equipe do projeto na estruturação das Constelações “Saúde Planetária” e “Wake for Saracura”, com as quais pretende-se discutir criticamente a devastação de recursos naturais, o deslocamento de povos originários, e apagamentos simbólicos, dentre outros tópicos. Ambas constelações são caracterizadas por configurarem “territórios moventes”, em termos conceituais (como a própria noção de saúde planetária) e físicos (como os rastros de um rio encoberto). Este projeto dá continuidade ao projeto “Atlas do chão: territórios da (In)dependência” realizado no período anterior.
Corpos que (não) importam: MASP e a arte indígena contemporânea
Prof. Dr. Ruy Sardinha Lopes
Bolsa(s): 1
Partindo das análises de Judith Butler e Michel Foucault sobre o papel de determinadas construções discursivas na instituição de normatividades e processos de assujeitamento o presente projeto de pesquisa pretende investigar a conformação de regimes artísticos de (in)visibilidade. Tal discussão ganha relevância a partir daquilo que alguns teóricos vem chamando de “giro decolonial” da arte contemporânea e que, no Brasil, tem se traduzido por uma aumento exponencial de artistas, curadores, exposições e publicações voltadas para esse questão. Tendo em vista que tais “insurgências” não se fazem sentir da mesma forma nas instituições artísticas, o projeto toma como objeto de investigação o Museu de Arte de Sâo Paulo e sua recente “guinada indígena” como forma de se analisar os limites e alcances desta inflexão no cenário artístico nacional.
Estados de Paisagem: olhar, corpo e habitar
Prof. Dr. Luciano Bernardino da Costa
Bolsa(s): 1
Esse projeto pretende dar continuidade à pesquisa retomada em 2023, e inicialmente desenvolvida de 2016 a 2018, a respeito do processo de implantação e ocupação do “Programa Minha Casa, Minha Vida”, unidade Eduardo Abdelnur, localizada em São Carlos. A abordagem em desenvolvimento trata das relações e rebatimentos entre experiência do corpo, habitação, paisagem circundante e representação visual, considerando a inserção geográfica do conjunto habitacional que se caracteriza pela amplitude da paisagem em zonas urbanas periféricas em contraponto aos espaços restritos do interior das residências. Tal situação espacial replica um modelo de cidade pautado pela abrupta descontinuidade dessas regiões com a malha urbana e suas implicações quanto ao acesso a bens e serviços, mobilidade urbana e disponibilidade de trabalho, além do empobrecimento da diversidade social e cultural. Como modo de articulação entre imersão na paisagem, visualidade e processos urbanos, esta etapa tem como objetivo o aprofundamento em concepções teóricas e metodológicas baseadas nas noções de constelação e de Atlas, em Walter Benjamin e Aby Warburg, e na ideia de paisagem como experiência sensível associadas, ou não, a dispositivos de representação. Além disso, espera-se dar uma maior atenção à produção visual, ampliar o número de entrevistas e desenvolver um projeto gráfico (ou expositivo) que consolide os resultados e permita uma devolutiva à comunidade. Destaca-se que as leituras fundantes já foram realizadas, assim como quatro entrevistas que estão sendo objeto de análise. Por fim, tal abordagem permite estabelecer um frutífero diálogo com outros colegas da Instituição (IAU USP) que tratam da questão habitacional a partir de um viés que valoriza a experiência imersiva e os processos de representação, valendo-se da fotografia, da colagem e do mapeamento, tanto em seu aspecto sensível quanto de documentação e diagnóstico de área.
In-between spaces: possibilidades do habitar poético nas propostas lúdicas de Aldo van Eyck
Profa. Dra. Carolina Akemi M. M. Nakahara
Bolsa(s): 1
Este Projeto de Pesquisa PUB está vinculado ao projeto “Poiesis: apropriação e produção do espaço por meio da participação”, cujo objetivo é compreender os sentidos e o alcance da poiesis em A&U. Propõe-se, como objetivo geral aqui, compreender o papel da dimensão lúdica da arquitetura para a construção do habitar poético – parte do direito à cidade lefebvriano. Toma-se a noção do habitar do filósofo francês Henri Lefebvre, como um modo de se apropriar e de produzir o espaço que não se restringe ao âmbito econômico, mas, sim, abarca um modo de ser, de saber e de se posicionar no mundo do homem. Por isso, está em íntima relação com o sentido da poiesis (fazer poético), a qual, segundo o arquiteto Johan Huizinga, é uma função lúdica. À luz dessa chave conceitual, propõe-se, como objetivo específico, o estudo da noção de “in-between space” – espécie de trabalho lúdico em espaços remanescentes urbanos – no arquiteto holandês Aldo van Eyck. O projeto justifica-se pela demanda eminente ao direito à cidade, para qual a crítica ao funcionalismo moderno parece ainda não ter encontrado uma saída plausível. Além disso, espera-se que a compreensão dos sentidos do habitar abra caminhos de reumanização e democratização na concepção de espaços arquitetônico-urbanos. Através da reflexão teórico-conceitual-metodológica e do estudo crítico de fenômenos sócio-espaciais históricos, acredita-se que este tipo de reflexão irá ao encontro da premência de novos instrumentos críticos e projetuais para se pensar a A&U, ao mesmo tempo em que aprofundará o debate a respeito das possibilidades atuais de apropriação social do espaço.
O comum no direito à cidade: as tipologias do urbanismo tático
Profa. Dra. Carolina Akemi M. M. Nakahara
Bolsa(s): 1
Este Projeto de Pesquisa PUB está vinculado ao projeto “Poiesis: apropriação e produção do espaço por meio da participação”, cujo objetivo é compreender os sentidos e o alcance da poiesis em A&U. Propõe-se, como objetivo geral aqui, compreender as relações entre o conceito de “commons” (comum) e processos participativos de urbanismo tático para a construção do direito à cidade lefebvriano. Parte-se de uma aproximação entre o direito à cidade do filósofo francês Henri Lefebvre – que implica um habitar como um modo de se apropriar e de produzir o espaço – e o sentido dos “commons”, como aquilo que se torna compartilhado e se opõe ao conceito de propriedade, tal como debatido por Christian Laval e Pierre Dardot. À luz dessa chave conceitual, propõe-se, como objetivo específico, o estudo tipológico, isto é, sobre o método e a teoria utilizados das propostas projetuais do que tem sido chamado como urbanismo tático, que trabalha com intervenções urbanas participativas. O projeto justifica-se pela demanda eminente ao direito à cidade, para qual a crítica ao funcionalismo moderno parece ainda não ter encontrado uma saída plausível. Além disso, espera-se que a compreensão dos sentidos do habitar abra caminhos de reumanização e democratização na concepção de espaços arquitetônico-urbanos. Através da reflexão teórico-conceitual-metodológica e do estudo crítico de fenômenos sócio-espaciais históricos, acredita-se que este tipo de reflexão irá ao encontro da premência de novos instrumentos críticos e projetuais para se pensar a A&U, ao mesmo tempo em que aprofundará o debate a respeito das possibilidades atuais do habitar e do direito à cidade por meio da participação.
O Patrimônio Industrial ao longo do rio Tietê – usos e readaptações
Profa. Dra. Amanda Saba Ruggiero
Bolsa(s): 1
O projeto de pesquisa O Patrimônio Industrial ao longo do rio Tietê – usos e readaptações é desdobramento de pesquisa anterior, que teve como foco o estudo da Cia de Tecelagem São Pedro, atual Museu Fama em Itu-SP. Ao olhar para esta região, um conjunto significativo de complexos fabris foi identificado, demonstrando potencial interesse para ampliar os estudos sobre as readaptações e usos do patrimônio industrial. Sabemos que o estado de São Paulo foi preponderante na industrialização nacional e edificou um importante conjunto de plantas industriais, atualmente complexos antigos e obsoletos, decorrentes da modernização das cadeias produtivas e do deslocamento das atividades fabris para outras localidades, nomeado por processos de desindustrialização. Muitas vezes a redução progressiva das atividades e plantas fabris também implica a ausência de investimentos em importantes parcelas do território urbano, sendo sua reativação uma preocupação constante do poder público e da sociedade civil. A diversidade programática desses espaços fabris, permite a reconversão e outros usos do patrimônio industrial disponível, assim questões decorrentes da implantação e dos usos desses espaços se somam a necessária salvaguarda e conservação, tanto da materialidade de tais edificações como da memória do conjunto das atividades e relações laborais e sociais ali constituídas, podendo considerar tais conjuntos como espaços da memória coletiva e da paisagem cultural. A presente pesquisa tem como objetivo geral o estudo desses espaços edificados ao longo do Rio Tietê, especialmente no trecho entre as cidades de Itu, Salto e Porto Feliz. Pretende-se identificar estes complexos industriais, quanto às suas tipologias, formas de implantação, usos e novas dinâmicas urbanas, bem como as relações entre os novos usos e as questões patrimoniais. Como objetivo específico, cotejar os estudos realizados e realizar uma análise comparativa dos mesmos, tendo em vista as relações materiais e imateriais consideradas em cada caso.
Modalidade Cultura e Extensão
Cidade que Educa: transformando ruas, bairros e pessoas
Profa. Dra. Amanda Saba Ruggiero
Bolsa(s): 2
O Projeto “Cidade que Educa: transformando ruas, bairros e pessoas”, tem como objetivo promover a formação e a cidadania ativa por meio da qualificação de espaços públicos urbanos visando a construção de uma cidade educadora). A parceria entre universidades, poder público, associação de moradores, comunidade escolar e grupos organizados, visa articular estes agentes para a transformação urbana, com ênfase na qualificação dos espaços públicos, pensados a partir de intervenções de baixo custo. As intervenções têm como finalidade incentivar a mobilidade ativa, a relação da natureza na cidade, a promoção do lazer, do convívio e da saúde na cidade. Sua importância justifica-se por ampliar ações socioeducativas que favorecem a qualidade de vida, o senso de coletividade, ativar o potencial da comunidade ao reivindicar mudanças em larga escala e a longo prazo. O Cidade que Educa é um projeto piloto, cujo potencial é tornar-se uma referência para outras realidades semelhantes na cidade de São Carlos.
Imaginar cidades outras: táticas e técnicas criativas como meio ao direito à cidade
Profa. Dra. Carolina Akemi M. M. Nakahara
Bolsa(s): 2
Este Projeto de Extensão PUB está vinculado ao projeto “Poiesis: apropriação e produção do espaço por meio da participação”, cujo objetivo é compreender os sentidos e o alcance da poiesis em A&U. Propõe-se, como objetivo geral aqui, refletir sobre o alcance das táticas urbanas enquanto atividade poética que possibilita o direito à cidade. A partir do filósofo Henri Lefebvre, toma-se a noção de poiesis enquanto uma produção que não se restringe ao âmbito econômico, mas, sim, abarca um modo de ser, de saber e de se posicionar no mundo do homem; o direito à cidade, por sua vez, implica um habitar que envolve uma apropriação criativa do espaço urbano. À luz dessa chave conceitual, propõe-se, como objetivo específico, o estudo prático e compositivo de técnicas, mídias e linguagens visuais criativas diversas – tais como o desenho, a fotografia e instrumentos gráficos correlatos – enquanto atividade poética, isto é, para a mapeamento, investigação, imaginação e produção do habitar, a saber, de espaços arquitetônicos e urbanos outros. Ao lançar um outro olhar para a cidade, busca-se “trazer à luz” lugares arquitetônicos e urbanos vacantes, isto é, passíveis de intervenção e transformação. O projeto justifica-se pela demanda eminente ao direito à cidade e pela necessidade de compreensão metodológica de instrumentos que possibilitem a reumanização e democratização na concepção de espaços arquitetônico-urbanos.
Rastros, apagamentos e coexistências: uma cartografia do chão do Bixiga
Prof. Dr. David Sperling
Bolsa(s): 2
O presente projeto se insere no escopo do Atlas do Chão (https://www.atlasdochao.org/), em desenvolvimento em parceria com universidades brasileira e estrangeira, coletivos e moradores do bairro do Bixiga, na cidade de São Paulo. Tem como objetivo explorar práticas cartográficas críticas para a visibilização de rastros, apagamentos e coexistências no Bixiga, as quais revelam processos de expropriação e colonialidade: o tamponamento do Córrego Saracura, a invisibilização da comunidade negra, os estereótipos da italianidade, o deslocamento da Escola de Samba Vai-Vai, o aparecimento de restos de ocupação quilombola no pátio de obras da construção da Estação de Metrô Vai-Vai Saracura, dentre dentros. Todos eventos que se expressam no chão, convertido em arquivo. Os/as bolsistas atuarão junto à equipe do projeto na estruturação de um inventário de rastros, apagamentos e coexistências no chão do Bixiga, realizado diretamente com a comunidade e coletivos do bairro e no acompanhamento da artista Maria Thereza Alves, que realizará uma obra e um workshop vinculados a este projeto de extensão buscando discutir criticamente a devastação de recursos naturais, o deslocamento de povos originários, e apagamentos simbólicos, dentre outros tópicos.
Modalidade Ensino
Da concepção bidimensional, ao objeto, ao espaço: uma análise a de Amilcar de Castro
Prof. Dr. Luciano Bernardino da Costa
Bolsa(s): 1
Um aspecto fundamental no aprendizado em arquitetura e urbanismo é a aquisição de um raciocínio espacial originado frequentemente em estudos bidimensionais (desenho, recorte, dobradura e etc). Tais operações tem sua expressão de força e síntese na produção moderna e em obras de artistas como Amilcar de Castro. A considerar a produção deste artista, este projeto visa compreender e problematizar os processos de passagem do bi ao tridimensional e os contextos e referências estéticas que os suportam. Em um segundo momento pretende estabelecer relações com obras de artistas semelhantes que colocam em discussão suas relações com o lugar e a cidade.
Levantamento, pesquisa e base de dados de materiais adequados à aplicação em mobiliários urbanos.
Profa. Dra. Amanda Saba Ruggiero
Bolsa(s): 1
O objetivo do projeto é fazer um levantamento de materiais desenvolvidos por pesquisas ou em desenvolvimento, que possuem características potenciais para serem aplicados em elementos/mobiliários urbanos. Trata-se de compor uma base de dados, com diferentes tipos de materiais, estudando suas principais características, vantagens e desvantagens de seu emprego. Esse levantamento será feito primeiramente por meio de pesquisa e levantamento bibliográfico, procurando estabelecer uma análise das principais publicações sobre o tema. A segunda parte, envolve a pesquisa de campo, procurando conhecer os laboratórios, grupos e pesquisadores atuantes na cidade de São Carlos, essencialmente na Universidade de São Paulo – USP e na Universidade Federal de São Carlos – UFSCAR. Inicialmente com especial atenção voltada aos cursos de Engenharia de Materiais, Engenharia Química e Engenharia Civil. O mapeamento destes grupos será feito por meio de entrevistas com professores e pesquisadores.
Drawing (out) spacetimes: Methodological reflections on mapping in sociospatial research
Hosted by Hybrid Mapping Working Group, CRC 1265 Re-figuration of Spaces, and Chair of Urban Design (CUD), Technische Universität Berlin Organised by Jamie-Scott Baxter, Séverine Marguin and Vivien Sommer
SPACETIME MATTERS aims at inviting international spatial scholars integrating temporalities into mapping methods to discuss their work. At the core of our reflections lurks the idea of spacetime as a means to conceptualise the multiplicity of spaces existing simultaneously with different temporalities.
Please register in order to get the zoom-link for the talks!
Programm
Session 1. Atlas and critical mapping session: 22nd of May from 5-7 pm online (CET) • Mapping as a Decolonial Practice: David Sperling (University of Sao Paulo/Ground Atlas) and Ana Luiza Nobre (Pontifical Catholic University of Rio de Janeiro/Ground Atlas) • More-than-human mappings: Lili Carr and Alder Keleman-Saxena (Feral Atlas)
Session 2. Mapping in the design-turn session: 5th of June 2023 from 5-7pm online(CET) • Ontological mapping: Tony Fry (University of Tasmania) and Anne-Maria Willis (German University in Cairo) • Re-figuration and spatial-analytical drawing: Hybrid Mapping Group (CRC 1265, Technische Universität Berlin)
Session 3. Mapping (in)justices session: 19th of June 2023 from 5-7pm online (tbc)(CET) • Social Spacetime Mappings in Denmark: Deane Simpson (The Royal Danish Academy of Fine Arts School of Architecture, Copenhagen) (tbc) • Evidencing spacetime matters: Forensic Architecture (London)(tbc)
Session 4. Ethnographic mapping session: 3rd of July 2023 from 5-7pm online(CET) • Ethnographic map making and the city: Dagmar Pelger (Universität Kassel) • On Mapping Depth: Jane Clossick (London Metropolitan University)
A prof. Dra. Laura Kemmer (Humboldt University e Cátedra von Martius Alemanha-Brasil de Ciências Humanas e Desenvolvimento Sustentável – DAAD-USP) proferiu a palestra de abertura do Seminário de Pesquisa 2023 no dia 11 de abril de 2023.
Intitulada “Spurenicherung – Reter traços. O Chão Urbano como Arquivo de Ecologias Reparadoras”, a palestra se baseou na tradição artística alemã de Spurenicherung/Rastrodetecção para explorar como novas formas de cura, reparo e reparação emergem do espaço urbano e, em particular, dos seus chãos, ao mesmo tempo orgânicos e construídos, elementares e poluídos. Em uma primeira parte da palestra, explorou como os “solos de entulhos” (rubble soils) da Berlim pós-guerra, a partir dos anos 70, geraram novas alianças entre artistas e cientistas de solo que contradiziam imaginários de “pureza elementar” e de “renaturalização”, apresentando assim os solos urbanos como arquivos perturbadores. Em seguida, voltou-se para a cidade de São Paulo atual para argumentar que novos movimentos ecopolíticos que traçam os chãos urbanos em busca dos seus rios escondidos e comunidades ribeirinhas não estão simplesmente “evidenciando”, mas produzindo coletividades humano-materiais de testemunhas que promulgam múltiplos passados, presentes e futuros para reivindicar justiças ambientais e práticas de reparação dos mais variados tipos.
Kemmer atua com Estudos Urbanos (Antropologia-Geografia), é coordenadora do Projeto “Designing with the Planet. Connecting riparian zones of struggle in São Paulo, Jakarta, and Berlin” (Governing through Design-South Designs initiative, Swiss National Science Foundation) e pesquisadora associada no projeto “Re-scaling Global Health. Human Health and Multispecies Cohabitation on an Urban Planet” (Berlin University Alliance).
O NEC.IAU.USP recebe a prof. Dra. Laura Kemmer (Humboldt University e Cátedra von Martius Alemanha-Brasil de Ciências Humanas e Desenvolvimento Sustentável – DAAD-USP) para a palestra de abertura do Seminário de Pesquisa 2023. Kemmer atua com Estudos Urbanos (Antropologia-Geografia), é coordenadora do Projeto “Designing with the Planet. Connecting riparian zones of struggle in São Paulo, Jakarta, and Berlin” (Governing through Design-South Designs initiative, Swiss National Science Foundation) e pesquisadora associada no projeto “Re-scaling Global Health. Human Health and Multispecies Cohabitation on an Urban Planet” (Berlin University Alliance).
Palestra: Spurenicherung – Reter traços. O Chão Urbano como Arquivo de Ecologias Reparadoras
Dia 11-04 19h Local: Auditório Paulo de Camargo e Almeida – IAU-USP
Resumo: Esta palestra se baseia na tradição artística alemã de Spurenicherung/Rastrodetecção para explorar como novas formas de cura, reparo e reparação emergem do espaço urbano e, em particular, dos seus chãos, ao mesmo tempo orgânicos e construídos, elementares e poluídos. Em uma primeira parte da palestra, vou explorar como os “solos de entulhos” (rubble soils) da Berlim pós-guerra, a partir dos anos 70, geraram novas alianças entre artistas e cientistas de solo que contradiziam imaginários de “pureza elementar” e de “renaturalização”, apresentando assim os solos urbanos como arquivos perturbadores. Passo então para a São Paulo atual para argumentar que novos movimentos ecopolíticos que traçam os chãos urbanos em busca dos seus rios escondidos e comunidades ribeirinhas não estão simplesmente “evidenciando”, mas produzindo coletividades humano-materiais de testemunhas que promulgam múltiplos passados, presentes e futuros para reivindicar justiças ambientais e práticas de reparação dos mais variados tipos.
Acontece nos dias 11 e 12 de abril o Seminário de Pesquisa 2023 do NEC.IAU.USP. A programação é composta por palestra com convidada internacional e mesas temáticas que articulam pesquisas de mestrado, doutorado e iniciação científica atualmente em desenvolvimento no grupo.
A palestra de abertura, “Spurenicherung – Reter traços. O Chão Urbano como Arquivo de Ecologias Reparadoras”, será proferida pela Profa. Dra. Laura Kemmer (Humboldt University e Cátedra von Martius Alemanha-Brasil de Ciências Humanas e Desenvolvimento Sustentável – DAAD-USP). Kemmer atua com Estudos Urbanos (Antropologia-Geografia), é coordenadora do Projeto “Designing with the Planet. Connecting riparian zones of struggle in São Paulo, Jakarta, and Berlin” (Governing through Design-South Designs initiative, Swiss National Science Foundation) e pesquisadora associada no projeto “Re-scaling Global Health. Human Health and Multispecies Cohabitation on an Urban Planet” (Berlin University Alliance).
Resumo: Esta palestra se baseia na tradição artística alemã de Spurenicherung/Rastrodetecção para explorar como novas formas de cura, reparo e reparação emergem do espaço urbano e, em particular, dos seus chãos, ao mesmo tempo orgânicos e construídos, elementares e poluídos. Em uma primeira parte da palestra, vou explorar como os “solos de entulhos” (rubble soils) da Berlim pós-guerra, a partir dos anos 70, geraram novas alianças entre artistas e cientistas de solo que contradiziam imaginários de “pureza elementar” e de “renaturalização”, apresentando assim os solos urbanos como arquivos perturbadores. Passo então para a São Paulo atual para argumentar que novos movimentos ecopolíticos que traçam os chãos urbanos em busca dos seus rios escondidos e comunidades ribeirinhas não estão simplesmente “evidenciando”, mas produzindo coletividades humano-materiais de testemunhas que promulgam múltiplos passados, presentes e futuros para reivindicar justiças ambientais e práticas de reparação dos mais variados tipos.
PROGRAMAÇÃO
Dia 11-04
19:00 palestra de abertura: Spurenicherung – reter traços. O chão urbano como arquivo de ecologias reparadoras – Laura Kemmer Local: Auditório Paulo de Camargo e Almeida – IAU-USP
Dia 12-04
08:30 abertura das mesas Local: auditório paulo de camargo e almeida: iau-usp
09:00 tensionamentos do espaço público I
Mediadores: prof. Dr. Gabriel Ramos (UFG) e prof. Dr. Fábio Lopes de S. Santos
Articul[ação] | Diálogos e narrativas de um território em disputa | Ana Isabel Oliveira Ferreira – doutorado
Mulheres no graffiti: perspectivas da prática em contexto metropolitano | Ana Luísa Silva Figueiredo – mestrado
O cotidiano como dispositivo: a reforma da praça e uma prática com as imagens | Ana Flávia Maximiano Marú – mestrado
Investigações críticas acerca do urbanismo tático: [in]congruências e disputas | Ana Carolina Martins Dias Felizardo – mestrado
Do artista ao hipsterismo: produção da arte diluída na produção da cidade | Ana Paula Guaratini – mestrado
10:45 tensionamentos do espaço público II
Mediadores: profa. Dra. Carol Tonetti (Escola da Cidade) e prof. Dr. David Sperling
Espaço público em disputa: cartografia dos coletivos artísticos em Aracaju | Mariane Cardoso de Santana – mestrado
Cartografia das controvérsias: a polarização do debate sobre o futuro do minhocão | Gabriela Romano López – mestrado
Desvendando o espaço público: disputas e ocupações em contexto urbano | Nayara Benatti – doutorado
Racionaliza-ação: controvérsias da construção racionalizada de um conjunto habitacional | Giovanni Bussaglia – mestrado
14:00 mapear, caminhar e narrar: memórias do percurso e do lugar
Mediadores: prof. Dr. Arthur Cabral (FAAC-UNESP) e prof. Dr. Luciano B. da Costa
Caminhar, cartografar e escrever: uma investigação interseccional na cidade de Brasília | Ana Clara Vieira Costa – ic
Entre caminhar e mapear: uma investigação poética por meio do caminhar, desenhar e mapear cidades goianas | Ana Vitória Freitas da Silva – mestrado
Apreensão sensível da paisagem através do caminhar | Carolina Cardi Pifano de Paula – mestrado
Cartografia de um território improvável | Alexandre Arthur Silveira – mestrado
As casas que habitamos: um estudo das narrativas sobre espaços domésticos e suas apropriações em cidades goianas | Júlia França de Melo – mestrado
Estados de paisagem: olhar, corpo e habitar | Thais de Jesus Nascimento e Lívia Pessoa Sakamoto – ic
15:45 dispositivos de ver e não ver
Mediadores: prof. Dr. Rodrigo Scheeren (FAU-UFBa) e Prof. Dr. Ruy Sardinha Lopes
Diagramas de Rem Koolhaas e a espacialização do programa, 1972 – 1992 | Camilo Kolomi – mestrado
O olhar de Harun Farocki sobre a metrópole contemporânea | Ariane Paeró D’Andrea – mestrado
As “máquinas de ver” de Jaider Esbell | Mariana Abramo Fugagnolli – ic
Apreensões da cidade contemporânea: o exercício da psicogeografia no centro histórico de Araçatuba – SP | Lucas Pereira Bosco – mestrado
Atlas do chão: territórios da (in)dependência | Ana Carolina Bezerra – ic
17:30 lugares de mediação e curadoria
Mediadores: prof. Dr. Gabriel Girnos (UFRRJ) e profa. Dra. Amanda Ruggiero
O curador-gestor e a mediação de arte em contextos de globalização cultural | Jessica Seabra – doutorado
Modos de (sobre)viver do trabalhador-artista, um recorte em São José do Rio Preto, SP | Juny kp – mestrado
Corpos que (não) importam: regimes artísticos de (in)visibilidade na arte contemporânea | Lara Brisante Fernandes – ic
Análise dos ambientes e aglomerados urbanos criativos em três estudos de caso: Onovolab – São Carlos, A Fábrica – Instituto SEB de Ribeirão Preto e Fama Museu de Itu | Mariana de Oliveira Pereira, Vinícius Ribeiro Pereira e William Moreira Sahm – ic
Difusão e memória da física computacional no IFSC | Carolina de Oliveira Melo Silva e Guilherme Alves de Souza – ic
19:00 encerramento
Em Seminários estão disponíveis as programações e os resumos deste e dos seminários de pesquisa anteriores.
A pesquisa de IC desenvolvida pela aluna Lara Brisante Fernandes, intitulada Corpos que (não ) importam: exposições e curadores indígenas no Brasil (2000-2023),recebeu menção honrosa na etapa internacional do 30º Simpósio Internacional de Iniciação Científica da USP, realizado no campus São Paulo em 30/11/2022.
A pesquisa procurou entender e mapear alguns aspectos relacionados ao aumento significativo da produção artística e curatorial de indígenas no Brasil nos últimos anos.
Laboratório de Singelos Fazeres recebeu Menção Honrosa na Categoria Projetos de Extensão do Prêmio ANPARQ 2022. O projeto resultou em um livro para ser apropriado, remontado, partilhado, que apresenta relatos verbo-visuais de realidades, memórias e desejos de um grupo de crianças e adolescentes da cidade de São Carlos/SP, no contexto da pandemia de Covid-19, entre junho de 2020 e outubro de 2021.
O trabalho é fruto do Projeto CO-Escola, contemplado no Edital de Apoio a Projetos de Pesquisa com Iniciativas de Ciência Cidadã da Pró-Reitoria de Pesquisa da Universidade de São Paulo, em 2020.
Realização: Núcleo de Estudos das Espacialidades Contemporâneas do Instituto de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (NEC-IAU-USP) e Escola Estadual Profa. Maria Ramos.
O DAU/PUC-Rio e o IAU-USP convidam para a apresentação do Atlas do Chão e da Constelação Independente.
Atlas do Chão é um experimento contracartográfico/historiográfico que honra o chão como um arquivo do mundo e como um ser vivo.
É um sítio digital pensado ao mesmo tempo como um conjunto aberto – expansível e potencialmente infinito – de mapas, um arquivo e um sistema constelar de imagens – constituído por pontos críticos e georreferenciados.
Seu objetivo é mapear e tornar visível criticamente processos de urbanização, territorialização e desterritorialização que permanecem de algum modo inscritos no chão hoje, em diferentes contextos histórico-culturais e geopolíticos (não necessariamente produzidos hoje mas de algum modo legíveis hoje, como “pegadas” deixadas pela ação humana ao longo do tempo).
A Constelação Independente é formada por 200 pontos que evocam e problematizam o processo de independência do Brasil e seus desdobramentos contemporâneos. 200 pontos fincados no mapa, que configuram múltiplos nexos de sentido, não por alinhamentos cronológicos, mas por associações e montagens no tempo e no espaço. 200 pontos escavados na matéria das (im)permanências e (in)dependências que as histórias escrevem e as geografias desenham.
Rios urbanos em cidades como Jacarta, São Paulo e Berlim há muito funcionam como artérias para o transporte de recursos extraídos, tornando-se veias abertas de poluição industrial. Dessa forma, as hidrovias canalizadas e seus ecossistemas aquáticos evidenciam os legados tóxicos da expansão urbana, da colonialidade e da extração capitalista. Enquanto isso, coletivos dessas cidades estão experimentando novas formas de conviver com as águas urbanas degradadas, gerando novos saberes e dispositivos de “cura planetária” (Escobar, 2022). No entanto, experimentos urbanos auto-organizados tendem a ser precários, muitas vezes operando de forma isolada e com recursos materiais escassos. Para superar essas questões, o projeto visa construir aprendizado mútuo e ajuda mútua entre três zonas urbanas ribeirinhas de luta. Uma nova infraestrutura auto-organizada é co-projetada para canalizar conhecimentos práticos sobre dispositivos de teste de qualidade da água da Labtek Apung em Jacarta; contramapeamento e visualização de legados coloniais do Ground Atlas em São Paulo, e; formas experimentais de coabitação multiespécie na Universidade Flutuante de Berlim.
Lançamento do livro “Laboratório de Singelos Fazeres”
Bate-papo com os organizadores (David Sperling, Elisabete Monteiro, Gabriela López, Mariane Santana, Mirna Linhares, Nayara Benatti) e participantes do projeto CO-Escola.
30/08 – 10h
Sala de Leitura da Escola Estadual Profa. Maria Ramos – São Carlos/SP
30/08 – 18h
Auditório Paulo de Camargo Almeida – IAU-USP
31/08 a 14/09
Exposição do livro-mural no Pátio do IAU-USP
Laboratório de Singelos Fazeres é um livro para ser apropriado, remontado, partilhado. Apresenta relatos verbo-visuais de realidades, memórias e desejos de um grupo de crianças e adolescentes da cidade de São Carlos/SP, no contexto da pandemia de Covid-19, entre junho de 2020 e outubro de 2021.
É fruto do Projeto CO-Escola, contemplado no Edital de Apoio a Projetos de Pesquisa com Iniciativas de Ciência Cidadã da Pró-Reitoria de Pesquisa da Universidade de São Paulo, em 2020. Para mais informações sobre o desenvolvimento do projeto, acesse: https://www.iau.usp.br/colab/?page_id=2756.
Realização:
Núcleo de Estudos das Espacialidades Contemporâneas do Instituto de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (NEC-IAU-USP) e Escola Estadual Profa. Maria Ramos.
Como parte das comemorações do centenário da Semana de Arte Moderna e do bicentenário da Independência do Brasil, o SESC São Carlos realizou no dia 11 de maio de 2022 o bate papo “vozes contra o desencanto”, com a participação do artista indígena Denilson Baniwa e a educadora, ativista cultural e primeira deputada trans eleita no Brasil, Erika Malunguinho.
Ao refletirem sobre o processo de modernização excludente e sobre as vozes e corpos que foram e ainda são silenciados, os convidados instigaram o público presente a pensar sobre a construção do país que queremos, sobre o reencantamento de nossas existências.
A seguir a transcrição da fala de abertura do professor Ruy Sardinha Lopes:
Saudação aos encantados
Abertura da mesa vozes contra o desencanto – SESC São Carlos, 12/05/2022 Ruy Sardinha Lopes
Então, ninguém atinava a aprender as catingas da encantada. Até ficaram surpresos quando apareci, certa vez. Me olharam e riram como se eu fosse assombração. Miúda roçava, mas sua paixão era pescar. Era acordar de madrugada e seguir sozinha para a beira do rio. Levava os filhos, mas quando eles foram embora, Miúda pescou sem eles. Dormia na beira do rio sem medo de onça nem cobra. Eu era sua encantada, que domava seu corpo sem assombro. Protegia meu cavalo, Meu cavalo que dançava atirando a rede, no meio da casa do curador Zeca Chapéu Grande. Meu cavalo não usava sapatos porque seus pés eram as minhas raízes e me firmavam na terra. Seus braços eram minhas nadadeiras e me moviam na água. Montei o meu cavalo por anos, que nem posso contar. Mas agora, sem corpo para me apossar, vago pela Terra (Santa Rita Pescadora).
Itamar Vieira Junior, Torto Arado, p.205
Brasil 2022. 722 anos da primeira invasão portuguesa. 722 anos de experimentos necropolíticos coloniais.
Se, como creram Colombo, Caminha e Vieira com as descobertas da América e do Brasil não se cumpriram as profecias de Isaias e Daniel – do encontro do Paraíso Terreal e a expectativa de renovação do Mundo; Se em nome de interesses coloniais e da invenção de uma identidade nacional os mais diversos genocídios, epistemicídios e apagamentos foram e continuam sendo praticados; Se às vésperas do bicentenário do acordo geopolítico entre as elites coloniais, mais 664 mil vidas foram exterminadas em decorrência de um determinado “projeto de nação”; Se a um dia dos 134 anos da assinatura da Lei 3.353, que de áurea nada teve, parte de seu povo continua escravizado e as senzalas ocupando grande parte do território nacional; Se há mais de 100 anos a flecha do tempo ainda vaga à procura do alvo para o qual estamos condenados: a modernidade. É preciso amplificar o brado retumbante e dizer aos sons das maracas, rumpis e sintetizadores que tais experimentos não lograram o resultado esperado! Nosso canto, nosso encanto resistem. Velhos e novos gritos continuam ressoando em nossos corpos.
TUPI OR NOT TUPI NÃO É A QUESTÃO, a língua geral é uma ficção. MENOS COMEMORAÇÃO E MAIS REMEMORAÇÃO!
Somos Tupi, Tikuna, Jê, Nheengatu, Yanomami… Somos Fufulde Quicongo, Mandê, Haussá, Yorubá… Somos Talian, Kinki, Hunsruckische, Pomerano…. Somos a Gira da Tabatinga, o fronterizo, a bagunça Somos Diversos. “socialmente, economicamente. Filosoficamente”
Brasil 2022. É tempo de avançar! Para fazer com que as águas desse GRANDE RIO chamado Brasil encontrem seu curso diante das encruzilhadas do presente pedimos licença para fazer nossa gira girar (Mojubá)
Licença mestre João Batista, malunginho de Catucá, que na força da menina Érica faz a gente lhe saudar. Licença seu Mandu, pajé-onça baniwa, que na arte de Denilson faz a gente revigorar. Licença seu José de Aguiar e dona Molambo que com suas gingas e catimbas fazem a gente dançar. Licença cacique Sacambuasu que na poesia de Payayá seu recado vem nos dar. Licença a todos os encantados: Xica Manicongo, Carolina e Clementina, Marielle, Moa, Zezico, Pinduca e Jaider que na voz da dona Elza fazem nosso povo lutar! Licença a todos os territórios de resistência – dos quilombos e mocambos às ocupações contemporâneas. Licença Aparelha Luzia, Casa do Nando, Quilombaque, Aldeia Maracanã, Estelita, Vitória, Ouvidor e Mauá. Licença aos guerreiros juremeros – Denilson Baniwa e Érica Malunguinho, Sandra Benites e Matheus Aleluia, Alessandra Munduruku e Cidinha Silva, Txai Surui e Nei Lopes, Erica Hilton e Conceição Evaristo, Yucunâ Tuxá, Matheus Aleluia. Licença a todos os povos – vivos e mortos – que com suas sabedorias fazem o fim do mundo esperar!
O Núcleo de Estudos das Espacialidades Contemporâneas (NEC) e o Instituto de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (IAU-USP) convidam para o lançamento do livro “Arte e Mercado: Afinidades Eletivas”, que acontecerá no dia 11 de novembro, quinta-feira, às 18:00 hs. Organizado pelo Prof. Dr. Ruy Sardinha Lopes e com contribuições de integrantes do NEC, o livro investiga questões sobre arte, arquitetura, design e urbanismo sob a perspectiva de suas interações com as lógicas de mercado. O evento será transmitido pelo canal do IAU no YouTube e contará com a presença da Profa. Dra. Vera Pallamin. O. livro completo está disponível no Portal de Livros Abertos da USP e em Publicações NEC.
Acontece nos dias 19, 22, 26 e 29 de outubro o Seminário de Pesquisa NEC 2020, com mesas temáticas que articulam pesquisas de mestrado, doutorado e iniciação científica atualmente em desenvolvimento no grupo.
Originalmente planejado para ocorrer no formato presencial nos dias 31/03 e 01/04/2020, o seminário foi reformatado em função da pandemia da COVID-19.
O workshop parte do registro de um mundo em crise para pensar alternativas utilizando design fiction, e investigar novas figurações de futuros possíveis. Baseado num espaço limitado e controlado – o ambiente doméstico e suas ferramentas – propõe-se a criação de artefatos ficcionais-futuristas para além da condição vivida. Os inputs serão extraídos de literatura fantástica, filmes, textos teóricos, projetos arquitetônicos, obras artísticas, entre outros, que contribuam para expandir a paisagem ficcional por meio do pensamento especulativo e da figuração de outros artefatos domésticos. Pretende-se transitar entre o existente e a potência da especulação do design que subverte funções, aparências e expectativas na produção de suportes imaginários para se articular projeções para além da condição cultural atual. Assume-se a desobediência digital como exercício para questionar criticamente certas ambiguidades das interfaces digitais em sua pervasividade cotidiana, que as situam entre os objetos comuns e os extraordinários. A perspectiva de trabalho adota a visão decolonial sobre as práticas, através de uma epistemologia “do Sul”, como modo de alcançar figurações alternativas a futuros estereotipados e hegemônicos.
Serão abordados os seguintes tópicos: design fiction; futurização, visualização, design computacional e fabricação digital; hibridação e desobediência tecnológica; tecnologias apropriadas; tecnologia social; tecnologias high-low; processos bottom-up; gambiarra; tecnopolíticas; teoria crítica cultural; decolonização e epistemologias do sul. O exercício projetual será composto das seguintes etapas: captura de dados do ambiente doméstico; detecção e desnaturalização de dispositivos; cartografia de funções, comportamentos e desejos; exploração de cenários futuros do habitar; operações de hacking e design de artefatos; ficcionalização de artefatos e de suas performatividades; visualização, modelagem e simulação de artefatos ficcionais e cenários futuros do habitar doméstico; produção de apresentações para exposição. Os projetos serão apresentados utilizando os seguintes suportes: 1 objeto modelado (físico ou virtual) + 1 colagem visual + 1 texto de statements + 1 vídeo.
Coordenadorxs
David Sperling é professor do Instituto de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (IAU-USP) e coordenador do Núcleo de Estudos das Espacialidades Contemporâneas do IAU-USP. Pesquisador Produtividade do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Arquiteto, mestre e doutor em Arquitetura e Urbanismo pela USP. Seus projetos de pesquisa em andamento são: “Contracartografias: tecnopolíticas de espacialização da informação” e “Homo Faber: Digital Fabrication in Latin America”. É o atual presidente da SIGraDi.
Rodrigo Martin-Iglesias é arquiteto e doutor em Design pela Universidad de Buenos Aires (UBA). Professor de Teoria e História da Arquitetura na UBA e na UNLaM. Diretor do Mestrado em Open Design (UBA – Humboldt Universität zu Berlin). Coordenador do Design Research Laboratory (+ID Lab). Coordenador dos projetos de pesquisa “Visualização e Design do Conhecimento. Taxonomias Analíticas e Cartografias Compreensivas” e “Fabricação Digital: Processos Produtivos e Morfogenéticos”. Co-fundador e estrategista de NextFutures e coordenador da Rede Xenofuturism.
Cristina Voto é pesquisadora pós-doutoranda na Università di Torino (FACETS _ ERC Project), professora de Semiótica para as Artes Eletrônicas na Universidad Tres de Febrero (Buenos Aires) e curadora da Bienal de la Imagen en Movimiento em Buenos Aires. Sua pesquisa acadêmica é focada em semiótica, design, culturas audiovisuais, artes digitais, estudos de futuros, queer e gênero.
Rodrigo Scheeren possui graduação em Filosofia e em Arquitetura e Urbanismo. É doutorando em Teoria e História da Arquitetura e Urbanismo do Instituto de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (IAU-USP), com período de intercâmbio no Programa “Architettura, ingegneria delle costruzioni e ambiente costruito” do Politecnico di Milano. Seu projeto de pesquisa atual é “Laboratórios de Fabricação Digital na América do Sul: estratégias, processos, e artefatos para arquitetura e design”.
Parceria do NEC.IAU-USP, Escola da Cidade e Leuphana University in Lüneburg
Um projeto de viagem de estudo pensada em parceira com a professora Ursula Kirschner da Leuphana University Lüneburg e a professora Ana Carolina Tonetti da Escola da Cidade.
Espera-se, através dessa experiência, aprofundar os estudos sobre o Comum por meio de uma aprendizagem mútua entre estudantes brasileiros e alemães e do intercâmbio entre os professores participantes.
A programação prevista envolve visita in loco, aulas expositivas e oficinas em duas rodadas, a primeira na Alemanha e a segunda no Brasil. Na Alemanha, as atividades programadas ocorrerão em Luneburg, Hamburgo e Berlim, com a perspectiva de ter contato com uma variedade de iniciativas alemãs em torno do Comum Urbano.
Diante do contexto de pandemia, ocorrerá uma reunião via ZOOM para apresentação das pessoas envolvidas no projeto de viagem de estudo que tem como objetivo abordar o comum no contexto da epidemia.
A plataforma CO-LAB São Carlos foi desenvolvida pelo grupo de pesquisa NEC. IAU-USP com o intuito de criar uma rede colaborativa de enfrentamento da COVID-19 na cidade de São Carlos e região.
Seu objetivo é identificar as principais carências de cidadãos e instituições, fomentar ações de colaboração e facilitar a conexão entre elas. Criada em formato Creative Commons a iniciativa é passível de ser replicada em outras cidades.
Após um rápido cadastro, as necessidades e iniciativas ganham visibilidade e permanecem mapeadas, para que possam ser amplamente divulgadas afim de diminuir as distâncias e promover a solidariedade.
The virus, officially named SARS-CoV-2, is often portrayed as something coming from the outside, be it nature or a foreign country. However, its spread is neither a natural disaster nor a strategic ploy, but a deeply techno-political event. As the disease turns into a pandemic it reveals many of the hidden structures and contradictions of the highly integrated, yet locally differentiated contemporary word.
The societal reactions to the spread and the measures which are currently put into place are transformative and might turn revolutionary.
To address an event as distributed and complex as COVID-19, no single point-of-view can suffice. Thus, we have invited artists and theoreticians from four places – Sao Paulo, Chicago, Tel Aviv, and Vienna – to speak about their particular experiences, the techno-political dynamics created by the virus, agency for cultural producers and speculate about what will remain.
The discussion will take place over ZOOM (yes, we know!).
A programação do Seminário de Pesquisa 2020 do Núcleo de Estudos das Espacialidades Contemporâneas (NEC) foi remodelada em função dos recentes acontecimentos relacionados à COVID-19. Nosso convidado, Prof. Dr. Sérgio Amadeu (UFABC), fará uma live em seu Facebook para a transmissão da palestra “Democracia na era dos algoritmos”. Dia 31/03, às 19h, através do link https://www.facebook.com/sergioamadeu.
Não perca!
Defesa de Doutorado de Maria Fernanda Andrade Saiani Vegro.
Data: 10/02/2020 Horário: 14:00h Local: Instituto de Arquitetura e Urbanismo, USP, São Carlos.
Banca:
Prof. Dr. Fábio Lopes de Souza Santos (Orientador)
Prof. Ruy Sardinha (IAU USP)
Profa. Heliana Comim Vargas (FAU USP)
Prof. Ricardo Fabbrini (FFLCH USP)
Prof. Luiz Barros Recaman (FAU USP)
Profa. Rita de Cássia Lucena Velloso (UFMG)
Resumo:
Esta tese se insere no debate sobre as imagens e representações presentes no campo do
consumo da moradia, ou seja, a cadeia de produção simbólica produzida pela
publicidade e marketing imobiliário com a finalidade de legitimar ideias, conceitos para a arquitetura, estilos de vida, modos de relacionamentos com a cidade e consagrar
localizações. Com o ajuste neoliberal da economia e a abertura de capital das
incorporadoras na bolsa de valores a partir de 2005, as empresas imobiliárias têm
apostado em um marketing renovado, sintonizado com a gestão de branding, com o
objetivo de fortalecer a conexão dos consumidores com suas marcas. Essa estratégia
representa contrapartidas financeiras para as empresas, como por exemplo: maiores
margens de lucros, uma precificação premium para os produtos, atração de rendas
futuras, minimizando ameaças por parte dos competidores. Nos ambientes analógico e
digital das incorporadoras, com canais de comunicação mais pulverizados, as imagens e
representações tornam-se capaz de conferir valor para as marcas corporativas que
assumem uma forma humana no relacionamento com as pessoas. Então, a qualidade
desse relacionamento torna-se central para as empresas, pois produz subjetividades que
se transformam na “matéria-prima” do capitalismo atual, com o avanço das novas
tecnologias de comunicação e informação. Para a compreensão desse cenário, a
metodologia desta tese articulou pesquisa etnográfica com pesquisa documental e a
reunião de um corpus de textos do campo do marketing e da publicidade, que permitiu
uma imersão mais profunda no movimento do capitalismo em suas diferentes fases.
Também, foi realizada uma periodização histórica dos anúncios imobiliários impressos
veiculados nos jornais paulistanos dirigidos para segmentos de média renda em períodos
que marcam inflexões nos modos de representação da moradia. Refletir criticamente a
respeito do papel das imagens da moradia na contemporaneidade torna-se relevante,
principalmente, quando elas passam a assumir o “lugar do vivido” e sinalizam a
necessidade urgente da mobilização de ações políticas com o objetivo de construir
“lugares de presença”.
Data: 28/07/2017. Horário: 14:00h Local: Auditório – Instituto de Arquitetura e Urbanismo, USP, São Carlos.
Banca: Fábio Lopes de Souza Santos (orientador)
David Moreno Sperling (IAU.USP)
Sylvia Furegatti (UNICAMP)
Resumo:
As inquietações causadas por trabalhos de arte contemporâneos são o ponto de partida desta tese, principalmente quando tangenciam campo da arquitetura e urbanismo. Gestados em um momento recente, onde ocorrem diversas aproximações entre arte, cultura e o atual sistema de troca de valores, estes trabalhos, em sua ambiguidade interna ou em relação a estes sistemas, proporcionam uma visão mais ampla sobre o contexto em que vivemos hoje.
O entendimento destes trabalhos passa por etapas de leituras das principais vertentes da arte contemporânea, como sua crítica ao design, a discussão sobre a Crítica Institucional e as ocupações urbanas que também se originam dela, assim como os desdobramentos mais recentes das artes participativas. Somando estas observações a um debate pontual sobre o contexto atual dos espaços públicos urbanos, especificamente na cidade de São Paulo, analisamos quatro propostas artísticas dos artistas/coletivo Vito Acconci, Didier Fiuza Faustino, Santiago Cirugeda e BijaRi.
Nestas análises, buscamos verificar a abrangência, ou eventuais limitações, da potencialidade destas táticas de ações artísticas na constituição destes espaços públicos, entendidos como território em disputa por forças de diversos interesses, sejam eles políticos, identitários ou críticos.
Palavras-chave: arte contemporânea, cidade contemporânea, política, estética.
Defesa de Mestrado de Isadora Vidal Pinotti Affonso.
Data: 19/02/2020. Horário: 14:00h Local: Instituto de Arquitetura e Urbanismo, USP, São Carlos.
Banca: Fábio Lopes de Souza Santos (orientador)
Miguel Antônio Buzzar (IAU-USP)
Guilherme Texeira Wisnik (FAU-USP)
Evelyn Furquim Werneck Lima (UNIRIO)
Resumo:
O grupo Teat(r)o Oficina Uzyna Uzona, criado no final da década de 50, desenvolveu um extenso trabalho de pesquisa e experimentação do trabalho do ator, das possibilidades dramatúrgicas e da criação cênica, firmando seu lugar na história da encenação Brasileira com uma linguagem característica e poética de criação própria. Durante esta trajetória, o espaço ocupado pelo grupo, seu edifício teatral, foi cultivado como um território de relações intensas, criações dramatúrgicas e simbologia sagrada: o palco do Teatro Oficina se criou em simbiose com o grupo teatral e com todas as outras linguagens criativas que nasceram ali. Atualmente, o edifício sede do grupo representa um marco na arquitetura teatral mundial, mas ao mesmo tempo também é a arena de uma disputa urbana que já se desenrola há mais de 40 anos na cidade de São Paulo. Este edifício, mais especificamente o terreno vazio no entorno do prédio vem sendo palco desta disputa espacial na qual, de um lado, o Teatro Oficina, deseja o espaço para a execução de um projeto maior de ocupação do espaço urbano voltado para as artes e uso comum, e do outro, uma grande incorporadora comandada pelo Grupo Silvio Santos, proprietário do terreno, mantém o espaço como uma ferramenta de especulação imobiliária ao longo dos anos. Existe ainda nesta disputa um caráter de teatralização das relações imobiliárias e das políticas urbanas que interessa bastante a este estudo. Esta pesquisa propõe-se a analisar esta disputa territorial e estes movimentos de ocupação espacial germinados no Oficina e a relação com o bairro e com a cidade. Observar este “novo gênero” que se cria – que é teatro, é dramaturgia, mas também é política urbana, também é economia imobiliária, e também é arquitetura – possibilita um novo ângulo de visão e uma nova chave de compreensão da cidade e das relações político-urbanas acompanhadas da produção artístico-teatral.
Palavras-chave: Teatro Oficina. Silvio Santos. Teatralização. Teatro e Cidade.
AFFONSO, Isadora Vidal Pinotti. Zé Celso versus Silvio Santos: A teatralização da disputa pelo espaço urbano. 2019. 326p. Dissertação (mestrado). Instituto de Arquitetura e Urbanismo – Universidade de São Paulo, São Carlos, 2019.
A exposição Forensic Architecture: True to Scale (Arquitetura Forense: Fiel à Escala), com abertura em 20/02/2020, explora o trabalho de pesquisa da agência investigando violações de direitos humanos ao redor do mundo. A imagem mostra a Forensic Architecture Investigation #15: The Bombing of Rafah (Investigação de Arquitetura Forense #15: O Bombardeio de Rafah) na faixa de Gaza (Cortesia: Forensic Architecture).
O coletivo de pesquisa Forensic Architecture, conhecido por seu uso de análises arquitetônicas, espaciais e tecnológicas para investigar a violência estatal e corporativa, abre sua primeira exposição individual nos EUA hoje no Miami Dade College’s Museum of Art and Design (MOAD). Contudo, quando o fundador do coletivo, Eyal Weizman, estava em sua casa em Londres se preparando para voar para a abertura em Miami, recebeu um email da Embaixada Americana informando que seu visto havia sido revogado e que não estava autorizado a viajar aos EUA.
Quando Weizman foi até a embaixada solicitar um novo visto, foi informado pelo entrevistador que um “algoritmo” o havia identificado como uma possível ameaça por conta de pessoas com quem ele havia interagido, lugares para os quais havia viajado recentemente, ou uma combinação não identificada de ambos. Quando lhe ofereceram a oportunidade de “acelerar o processo” fornecendo nomes que ele julgasse que poderiam ter sido a causa do disparo dos alarmes, Weizman recusou.
Segue o pronunciamento completo, que será lido por sua sócia, professora Ines Weizman, no MOAD esta noite, e foi enviada por email ao The Architect’s Newspaper por Weizman:
Hoje (19 de fevereiro) eu deveria estar aqui com vocês no Museum of Art and Design em Miami para a abertura da primeira exposição individual do Forensic Architecture nos EUA, True to Scale.
Mas na quarta-feira, 12 de fevereiro, dois dias antes do meu vôo para os EUA, eu fui informado por um email da Embaixada Americana que o meu visto havia sido revogado e que eu não estava autorizado a viajar para os EUA. A mensagem de revogação do visto não informava seu motivo ou oferecia a possibilidade de apelar da decisão ou um visto alternativo que me permitisse estar aqui.
Também era uma viagem de família. Minha esposa, a Professora Ines Weizman, que também daria palestras nos EUA, e nossos dois filhos viajaram um dia antes de mim. Eles foram barrados no Aeroporto JFK em Nova Iorque onde Ines foi separada das crianças e interrogada por oficiais da imigração por duas horas e meia antes de autorizarem sua entrada.
No dia seguinte eu fui até a Embaixada Americana em Londres para solicitar um visto. Em minha entrevista o oficial me informou que minha autorização para viajar havia sido revogada porque o “algoritmo” havia me identificado como uma possível ameaça. Ele disse que não sabia o que havia disparado o algoritmo mas sugeriu que poderia ser algo em que eu estivesse envolvido, pessoas com quem eu tenho ou tive contato, lugares para os quais eu tenha viajado (eu teria estado recentemente na Síria, Irã, Iraque, Iemen, Somália ou me encontrado com pessoas destas nações?), hotéis nos quais eu tenha ficado, ou um certo padrão de relações entre outras coisas. Eu fui solicitado a fornecer à Embaixada informações adicionais, incluindo 15 anos de histórico de viagens, em particular para onde eu fui e quem pagou por isso. O oficial disse que os investigadores da Homeland Security poderiam trabalhar no meu caso mais rapidamente caso eu fornecesse nomes de qualquer um na minha rede que eu acreditasse que poderia ter disparado o algoritmo. Eu me recusei a fornecer estas informações.
Isso nós sabemos: estamos sendo monitorados eletronicamente por um conjunto de conexões – a rede de associações, pessoas, lugares, ligações e transações – que compõem nossas vidas. Essa análise da rede apresenta muitos problemas, alguns dos quais são bastante conhecidos. Trabalhar com direitos humanos significa estar em contato com comunidades vulneráveis, ativistas e especialistas, e lhe ser confiada informação sensível. Estas redes são a linha de vida de um trabalho investigativo. Estou alarmado que relações entre nossos colegas, parceiros e equipe estão sendo monitorados pelo governo americano como possíveis ameaças.
Esse incidente exemplifica – embora de forma menos intensa e em uma escala muito menos drástica – os aspectos críticos da “lógica arbitrária da fronteira” que nossa exposição busca apresentar. As violações racializadas dos direitos dos imigrantes na fronteira sul dos EUA são com certeza muito mais sérias e brutais do que as dificuldades burocráticas que um cidadão da Inglaterra possa experimentar, e estes imigrantes tem caminhos muito limitados para denunciar a violência da fronteira dos EUA.
Como eu anunciaria na palestra de hoje, esta exposição é uma ocasião para lançar uma investigação conjunta com grupos locais sobre violações em direitos humanos no centro de detenção de Homestead na Flórida, não muito longe daqui, onde crianças imigrantes tem sido mantidas naquilo que os ativistas descrevem como “condições desumanas, severas e militarizadas”.
Em nossa prática, exposições são tratadas como fóruns alternativos para prestação de contas, meios de informar o público sobre sérias violações dos direitos humanos. Principalmente, elas são também oportunidades de compartilhar com ativistas e comunidades locais os métodos e técnicas que reunimos através dos anos de trabalho de campo.
Participação de Rafael Goffinet de Almeida no IV Encontro de Pesquisas em História da Arte – EFLCH/UNIFESP.
Participação no evento como comunicador.
Data: 11-15/11/2019
Local: UNIFESP – Guarulhos.
Resumo:
O texto reúne notas para uma investigação crítica sobre a “participação” entre as promessas inauguradas nos primeiros anos da Internet e seu processo de colonização na chamada web 2.0. Para tanto, explora a mudança de discurso observada entre duas exposições paradigmáticas sobre a arte no contexto das tecnologias digitais, organizadas por ZKM Center for Art and Media entre os anos de 2001 e 2003: a celebração do otimismo com as possibilidades comunicativas dos primeiros anos da Internet, presente em “net_condition”, dá lugar ao pessimismo de “CTRL[SPACE]: Rhetorics of Surveillance from Bentham to Big Brother”. Confrontando alguns dos principais trabalhos reunidos em cada exposição – como os de Dan Graham, expoente da neovanguarda estadunidense dos anos 1970; do coletivo net.art, precursor da primeira geração de net-artistas; e de formações mais recentes, como o Institute for Aplied Autonomy –, lançaremos luz sobre os conflitos existentes entes seus discursos e suas práticas. Ao final, são questionadas as contradições dos novos modelos de organização sociocultural baseados nas tecnologias de comunicação; da formação e a atuação de redes de ativismo; e os atuais limites impostos pela privatização deste novo ambiente tecno-social.
Palavras-chave: Participação; Net Art; Artes de Mídia; Espacialidades contemporâneas; Tecnopolíticas.
Participação de Gabriel Teixeira Ramos no XX Encontro Nacional da Abrapso
Participação como comunicador no GT04: A ficção e a poética como território de experimentação clínico-política ético-estética: corpo, imagem e escrita.
Qualificação de Mestrado de Mariane Cardoso de Santana.
Data: 08.11.2019. Horário: 14:00h Local: CPDig 1 – Instituto de Arquitetura e Urbanismo, USP, São Carlos.
Banca:
David M .Sperling (orientador)
Ruy Sardinha Lopes (IAU.USP)
Natacha Rena (Indisciplinar/EA.UFMG)
Resumo:
A pesquisa tem como objetivo investigar a atuação recente de coletivos artísticos no espaço público urbano de Aracaju, compondo uma cartografia que abarque seus atores, agências, objetos e controvérsias. Adotando como metodologia a Teoria do Ator-Rede, o trabalho incorpora conceitos transdisciplinares, originários dos campos da filosofia, urbanismo, sociologia, geografia e arte. Em consonância com os processos de espacialização e coordenação da informação próprios das cartografias críticas, busca-se compreender a rede na qual as práticas artísticas estão inseridas. O trabalho discute a realidade de Aracaju das últimas décadas, abordando paradigmas críticos que essas práticas inauguram nos processos de disputa no território urbano, ao passo em que se discutem as incongruências no espaço público diante do cenário de avanço neoliberal na produção de cidade.
Apresentação de David Sperling no Technopolitics Evening – Technopolitics Working Group
Data: 05. 09. 2019 – 20:00 Local: Studio Eckermann Nestler, 1030, Neulinggasse 9 – Viena
Apresentação The capturing, processing and arranging of data in space and time are organized as transversal procedures. They are applied to the purposes of life management and the generation of meaning in complex and often controversial techno-political settings. Parallel to these forms of production and delivery of visual and spatial information, regimes of (in)visibilities are defined and realities thus molded.
The presentation will have three parts. Firstly, I will discuss topics of mapping and counter-cartography as a way of making visible the complex realities generated by these procedures. Secondly, I will present two counter-cartographic practices we have conducted with architecture students in Brazil; the first example asks what can be drawn from the relationship between the expansion of an airport and the use of slave-like labor; and the second questions how we can understand a city from buildings that (de)territorialize offshore companies. Operating through articulations between spatial and social mapping these projects are focused on making visible the production of the city of São Paulo in connection to the hidden logic of economic and political power. The final part will synthesize some remarks about counter-cartographies as technopolitics tools for architecture teaching and practice.
Publicação de Luciano Bernardino da Costa no livro A fotografia como imagem, a imagem como fotografia
Resumo: O ato de ver se apresenta como uma teia de significados constantemente reatualizados. É corpo, memória, espaço experimentados no ato de percorrer as grandes cidades. No registro fotográfico perpetua- se uma coleção de impressões transitórias, muitas delas como imagens pregnantes, densas em sua materialidade e significado, outras vezes tais imagens se perdem enquanto uma sucessão de encontros fugidios, compondo uma ideia de cidade que nunca se sedimenta. É dessas imagens voláteis que este texto aborda procurando uma aproximação entre a relação fenomênica do ato de percorrer urbano e o outro momento que se apresenta como representação e memória. Um encontro também pensado como inserção em um tempo histórico que qualifica e tensiona a memória visual das cidades. Para esta discussão alguns autores são discutidos: Merleau- Ponty, Didi-Huberman, Walter Benjamin e Paul Virilio.
O doutorando Rodrigo Scheeren foi selecionado para apresentar sua pesquisa “Digital fabrication laboratories in South America: strategies, processes, and artifacts for architecture and design” no PHD Workshop do Congresso eCAADe SIGraDi 2019, em Porto (Portugal)
Moderador: José Pinto Duarte (Estados Unidos). Apresentadores: Clara Martins (Inglaterra), David Sperling (Brasil), Liss C. Werner (Alemanha), Nariddh Khean (Austrália), Tomohiro Fukuda (Japão).
Participação na 24ª Semana de Arte e Cultura da USP
Produção artística/cultural.
Autores: Adilson Ferreira Santos Junior, Guilherme Cuoghi Vendramini, Rafael de Oliveira Sampaio, Rafael Goffinet de Almeida, Rodrigo Nogueira Lima.
Resumo: A apropriação de objetos do cotidiano atravessou a arte do século XX ampliando o campo de ação de artistas, arquitetos e usuários que recusaram aceitar suas funções na sociedade burocrática de consumo dirigido e seus espaços normatizados pelo urbanismo ideológico. Desde o conceito de readymade, concebido em 1913 por Marcel Duchamp, o qual neutralizou a função original do objeto, passando pelas diversas tentativas de reconciliação entre arte e vida cotidiana formuladas pelas vanguardas heroicas e neovanguardas, os diversos procedimentos de apropriação simbólica e ativação do espaço não deram suas últimas palavras, permanecendo instrumentos de crítica social, política e cultural no século XXI. Propomos nos apropriarmos de objetos arquitetônicos elementares (porta, escada e janela), mediadores das relações com o ambiente construído, para tensionarmos percepções da região central histórica da cidade de São Carlos-SP. O trabalho se organiza em três procedimentos estruturantes: deslocamento do objeto de seu contexto convencional; sua implantação no espaço urbano cotidiano; e representação fotográfica dessa ativação. A inter-relação entre objeto-espaço-representação resume uma tentativa de “provocação urbana”, baseada em deslocamento, dessemantização e estranhamento, capazes de confrontar os usuários com sua própria percepção e experiência cotidianas, revelando aspectos naturalizados pela gestão burocráticas e funcionalista do espaço produzido pela arquitetura e urbanismo.
Participação na 24ª Semana de Arte e Cultura da USP
Produção artística/cultural.
Autores: Adilson Ferreira dos Santos Junior, Rafael de Oliveira Sampaio, Rafael Goffinet de Almeida.
Resumo: 20×20 é tributário das pesquisas de artistas como Robert Smithson, Gordon Matta-Clark e Dan Graham. Expoentes da chamada “neovanguarda”, suas produções inauguraram nas décadas de 1960 e 70 o desafio ainda urgente de observarmos a realidade para além de suas superfícies. Neste caso, o conflito entre o natural e o construído, a ordem e a desordem. 20×20 é um exercício estético. Seu objetivo é o de desenvolver uma compreensão sensível sobre a cidade que habitamos. Percursos desinteressados em um determinado território e recursos da linguagem visual, em especial a fotografia e a montagem, são as atividades que permitiram construir outros olhares sobre paisagens e experiências tidas como comuns ou naturalizadas. 20×20 é ainda uma investigação. Seu interesse é revelar imagens, formas, ocupações e significados escondidos entre os hábitos e regularidades que definem nosso cotidiano na cidade. Percursos, miradas, recortes e aproximações são os processos que evidenciam normas ocultas e situações inusitadas que tem configurado nossa ocupação neste território.
Publicação de Ruy Sardinha Lopes no livro Matérialismes, culture & communication, Tome 3, Économie politique de la culture, des médias et de la communication.
Resumo: Le projet Matérialismes, culture et communication a pour objectif de mettre en cycle et en concordance des savoirs critiques matérialistes traitant de la culture et de la communication. Ce projet encyclopédique se déploie, à ce jour, sur trois volumes (tome 1 : Marxismes, Théorie et sociologie critiques ; tome 2 : Cultural Studies, théories féministes et décoloniales). Le présent tome rend hommage aux chercheurs inscrivant leurs travaux dans le champ de l’économie politique. La critique des médias et de la communication a longtemps été éludée par les économistes se réclamant du marxisme. Il faut attendre les années 1970 pour que naisse une « économie politique de la communication » digne de ce nom. Pendant longtemps dominé par des contributions nord-américaines ou européennes – et principalement anglo-saxonnes –, ce courant de recherche est souvent décrit, par trop rapidement, comme une approche unifiée du sous-champ interne des études de communication duquel, par ailleurs, bien peu d’ouvrages en français ont proposé l’exégèse. Le présent ouvrage entend à la fois pallier ce manque et ouvrir, par là-même, à la richesse de quelques travaux majeurs se réclamant dudit courant ou de régions épistémologiques proches.
Qualificação de Doutorado de Rafael Goffinet de Almeida
Data: 03/07/2019. Local: CPDig 1 – Instituto de Arquitetura e Urbanismo, USP, São Carlos.
Banca:
Fábio Lopes de Souza Santos (orientador)
Natacha Rena (DEA/UFMG)
Cibele Rizek (IAU/USP)
Resumo:
Desde 1960, o termo ‘participação’ tem nomeado uma multiplicidade de discursos e práticas localizadas entre os campos da arte e da arquitetura e urbanismo. Abrangendo desde as tecnologias do planejamento urbano dito ‘inclusivo’ até formas alternativas de produção e de apropriação de edifícios e espaços livres, as espacialidades da participação apresentam em comum o enfoque sobre processos sociais de toda ordem. Longe de configurar um lugar comum de experimentação, estas novas formas de se pensar e produzir o espaço revelam o que a historiadora e crítica de arte Clair Bishop (2006) chamou de “mudança de contexto” da participação: entre sua “emergência crítica” durante as décadas de 1960 e 1970, e um difuso processo de “hegemonização” até os dias atuais, a participação aparece profundamente ligada a processos de transformação de ordem mais ampla. O interesse estético em novas formas de sociabilidade ou a abertura do espaço para o envolvimento de seu público se confundem com terminologias como a do capital social e afetivo, da economia criativa e mesmo da cultura participativa das novas tecnologias de redes digitais. Desta perspectiva, a pesquisa busca investigar as condições de possibilidades para a emergência destes novos discursos e práticas. Através de uma análise histórica e crítica, procura entender a participação como uma estrutura de discurso-prática para o domínio da formação discursiva da racionalidade neoliberal. Esta que produz formas de governamentalidade baseadas no poder sobre a vida (PELBART, 2009) e o ethos do sujeito ativo, competitivo e autorrealizável (DARDOT e LAVAL, 2016). Nestes termos, procuramos construir perspectivas conceituais capazes de evidenciar aspectos centrais que tem caracterizado a produção contemporânea do espaço.
Palavras-chave: Participação; Biopolítica; Neoliberalismo; Espacialidades Contemporâneas; Arte e Arquitetura.
Qualificação de Doutorado de Gabriel Teixeira Ramos
Data: 01/07/2019
Banca:
David M .Sperling (orientador)
Prof. Dr. Vladmir Bartalini (FAU-USP)
Prof. Dr.Paulo César Castral (IAU-USP)
Resumo:
Pelo menos desde a década de 1960, as representações produzidas pelo campo do urbanismo no campo das velocidades urbanas têm se limitado ao posicionamento geográfico do observador, desconsiderando, em boa medida, a experiência encarnada dos sujeitos, os atores e agentes estratégico-políticos de formação do território. Isto faz com que sejam reivindicadas a visibilização de distintas formas de produção e apreensão urbanas, que são experimentadas pela disputa entre velocidade (VIRILIO, 1996) e lentidão (SANTOS, 2001), em representações urbanas complexas. Para esta compreensão, em um primeiro momento desta pesquisa de doutorado, engendra-se uma noção de velocidade relacionada a governo (VIRILIO, 1996) e dispositivo (FOUCAULT, 1989; AGAMBEN, 2005), com objetivos de normatizar, determinar, controlar e gerir a vida de maneira efciente, em um governo da velocidade. Somado a isso, aposta-se que, por meio das práticas de cidade (DE CERTEAU, 2013), ocorram rupturas e escapes cotidianos, concebidas enquanto lentidões. Com esta disputa colocada, em um segundo momento, analisam-se representações urbanas que, sob o prisma da velocidade, emergiram entre as décadas de 1960 e 1980, de maneiras e contextos específcos, como pela leitura da morfologia das estradas (“The view from the road”, APPLEYARD, LYNCH & MYER, 1965); da comunicação e simbolismo do corredor comercial (“Learning from Las Vegas”, VENTURI, SCOTT BROWN & IZENOUR, 1972); da inserção de uma perspectiva de velocidade a partir do caminhar (“Townscape”, CULLEN, 1961); e da sistematização tripartite do pensamento em arquitetura, formada por espaço, evento e movimento (“The Manhattan Transcripts”, TSCHUMI, 1981). Em um terceiro momento, realizam-se aproximações ao contexto dos anos 1990 até o presente, quando surgem representações de fora do urbanismo, que incorporam dimensões tecnológicas, participacionais e minoritárias, podendo auxiliar a compreender a leitura da velocidade e lentidão. As escolhidas para este estudo insurgem por meio de um compilado de estratégias de governo e relações de poder (“Un Atlas des Priorités”, BUREAU D’ÉTUDES, 2015); de mapeamentos da precarização das formas de acesso e do direito à cidade (“Manual de Mapeo Colectivo”, RISLER & ARES, 2013); de cartografa de afetos e apreensões sensíveis do cotidiano (“Atlas Ambulante”, MARQUEZ & CANÇADO, org., 2011); e de esquemas do cotidiano com inserção de códigos digitais e tecnológicos (“On Broadway”, GODDEMEYER, STEFANER, BAUR & MANOVICH, 2016). Por fm, em quarto e último momento, apresenta-se este trabalho em confuências a diferenças e especifcidades, experimentações de distintos saberes, apostando-se em análises e proposições relacionadas a uma “estética do mapeamento cognitivo” (JAMESON, 1991), compreendendo-a por meio de uma política do ato de cartografar (SPERLING, 2017). Por meio delas, visa-se tomar um posicionamento cartográfco, tensionando velocidade e lentidão, tornando-as visíveis no território usado (SANTOS, 1994) de “infovias” (onde circulam sujeitos, mercadorias e informações), tendo como objeto empírico a Rodovia Dom Pedro (Campinas/SP), por meio de diferentes apreensões urbanas, numa esquemática trama.
Banca:
David Moreno Sperling (orientador)
Paulo Eduardo Fonseca de Campos
Ruy Sardinha Lopes,
Caio Adorno Vassão
Resumo:
Partindo da suposição de que o design é uma disciplina em constante transformação e que as últimas décadas têm sido marcadas pelo crescente desenvolvimento de processos de abertura de autoria e produção nos mais variados meios (tecnológicos, científicos e culturais), a pesquisa pretende investigar como a emergência da questão da colaboração interfere na disciplina do design na atualidade. Apesar de hoje a questão da colaboração estar adquirindo força e visibilidade devido a mudanças culturais baseadas nas tecnologias da informação e comunicação, podem ser observadas manifestações que já tratam de formas de colaboração desde as décadas de 1960 e 1970, seja no campo teórico e crítico como no artístico, literário ou do design. O termo e os princípios do Open Design ou design aberto , cunhados recentemente para dar conta de mudanças mais recentes na disciplina, têm sua origem no conceito Open Source, originário da área da informática, sendo ambos impulsionados a partir do incômodo gerado pelo oferecimento de produtos que não permitem modificações para atender a necessidades pessoais, sejam eles softwares ou objetos. Entretanto, embora os movimentos que se classificam como pertencentes ao universo desse design colaborativo tomem como central a característica emancipatória que a atividade estaria trazendo ao usuário, quando assumem as ferramentas de projeto e produção de uma maneira que se pretende acessível, colaborativa e independente da indústria de massa, é perceptível que algumas críticas a respeito do movimento têm se desenhado, baseando-se em certa distância que por vezes tem se estabelecido entre discursos e práticas. O trabalho tem por objetivo identificar frentes colaborativas do design na atualidade e discutí-las criticamente, de forma a aproximá-las para que o movimento de adaptação do design, hoje disperso em linhas variadas, possa ser melhor compreendido como uma totalidade em seu processo de transformação.
Palavras-chave: Colaboração; Design aberto; Faça-você-mesmo; Movimento maker.
PACHECO, Paula Ramos. Design (em) aberto: uma investigação sobre movimentos colaborativos em design. 2019. 190p. Dissertação (mestrado). Instituto de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2019.
Link da dissertação: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/102/102132/tde-09092019-090406/fr.php5
Defesa de Mestrado de Dyego da Silva Digiandomenico
Data: 20.05.2019.
Banca: David Moreno Sperling (orientador)
Daniel Ribeiro Cardoso (UFC)
Juarez Moara Santos Franco (UFRRJ)
Márcio Minto Fabricio (IAU.USP)
Resumo: O processo de projeto de arquitetura, engenharia e construção (AEC) tem evoluído consideravelmente com a finalidade de responder à complexidade dos sistemas interconectados de um edifício (TOULOUPAKI e THEODOSIOU, 2017). Vêm sendo solicitados à arquitetura contemporânea, processos de projeto capazes de quantificar e qualificar o maior número de variáveis presentes nos sistemas de um edifício, com a intenção de balancear suas dinâmicas e inter-relações (SHI e YANG 2013). A presente pesquisa utiliza o processo de projeto orientado ao desempenho como condutor de sua investigação. Os projetos e pesquisas que exploram o desempenho através da otimização de projetos em AEC são predominantemente internacionais. Além desse aspecto, grande parte dos processos e seus conjuntos de procedimentos não são publicados, especialmente os métodos para gerar os algoritmos utilizados. Muitas destas não detalham, tampouco disponibilizam suas implementações. Tal condição impossibilita conclusões seguras sobre as características das otimizações produzidas, dificulta a reprodução dos métodos e desampara discussões sobre soluções alternativas. Desta maneira, torna-se reduzida a reflexão na arquitetura sobre quais métodos são mais apropriados para a otimização de determinados problemas do projeto arquitetônico (WORTMANN et al., 2015). Neste contexto, a presente pesquisa estrutura-se na metodologia Design Science (SIMON, 1996), dada sua natureza de produção de conhecimento através da abordagem pragmática e interdisciplinar, envolvendo conteúdo da arquitetura e da ciência da computação. Pode-se por fim afirmar que com o apoio da metodologia empregada na presente pesquisa, desde a revisão bibliográfica ao plug-in ArchOptimum desenvolvido nos experimentos realizados, obteve-se resultados que colaboram com a compreensão e abertura dos potenciais da associação entre a arquitetura e a ciência da computação através do design computacional.
Palavras-chave: Design computacional; Otimização; Performance; Projeto algorítmico; Projeto orientado ao desempenho
DIGIANDOMENICO, Dyego da Silva. Otimização de projeto orientado ao desempenho em arquitetura. 2019. Dissertação (Mestrado em Arquitetura, Urbanismo e Tecnologia) – Instituto de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2019.
Banca: David Moreno Sperling (Presidente)
André Luís de Araujo
Maria Gabriela Caffarena Celani
Márcio Minto Fabricio
Resumo: A pesquisa está inserida no contexto do Design Computacional, área que explora a computação como uma ferramenta de projeto de arquitetura. Para declarar e desenvolver projetos, é comum a utilização de linguagens de programação visual. No entanto, limitações no uso de linguagens visuais são reconhecidas, como as restrições encontradas na flexibilidade e escalabilidade dos códigos. Para estender o acesso à métodos de resolução de problemas nesses sistemas, usuários frequentemente recorrem ao uso de linguagens de programação textual, que permitem a utilização de mais estruturas de controle. Ainda assim, é comum que arquitetos sejam induzidos a realizar mudanças nos processos para acomodar a falta de controle e resultados inesperados de projeto. Isso acontece em parte pela falta de clareza em como utilizar a programação e todo o potencial dos métodos computacionais. Além disso, há uma falta de evidências empíricas usando projetos reais de arquitetura que apoiem discussões sobre o futuro das ferramentas de programação para arquitetos. Esta pesquisa investiga a comparação entre o uso de linguagens de programação visual e textual e visa sugerir diretrizes para melhorar as interfaces de programação utilizadas atualmente na área. Para isso, realizamos análises baseadas em métricas de avaliação de linguagens de programação e nas Dimensões Cognitivas (GREEN; PETRE, 1996). Adicionalmente, exploramos como estudo de aplicação um Projeto Orientado ao Desempenho, o Vancouver Academic Building do escritório americano Perkins+Will. O escritório implementou inicialmente o projeto usando a linguagem visual Grasshopper, com o objetivo de otimizar o design de uma fachada explorando o equilíbrio entre aspectos de iluminância e eficiência energética. Reimplementamos o estudo de aplicação utilizando uma linguagem textual e o ambiente de programação Rosetta (LOPES; LEITÃO, 2011). À medida que procuramos solucionar a lacuna existente na comparação dos fluxos de trabalho entre linguagens visuais e textuais recorrendo a um projeto real, selecionamos este estudo de aplicação porque ele abrange um processo orientado ao desempenho em vez de um projeto apenas paramétrico. Existem diferenças fundamentais encontradas entre estes dois fluxos de trabalho em relação a estratégias de escalabilidade e fluxo de dados, pois o orientado ao desempenho requer mais estruturas de controle como iteração e recursão. Identificamos diferenças relevantes entre ambas as linguagens e o potencial no uso das textuais no aumento significativo da escalabilidade do código e do modelo; aumento da confiabilidade dos resultados de desempenho do projeto e maior controle e clareza do processo utilizado. Apontamos também para as qualidades de interação e expressividade inerente das linguagens visuais. A partir do cruzamento teórico-prático, indicamos diretrizes que compõem em que medida o uso preferencial de linguagens textuais e linguagens híbridas (que integram ambas) podem melhorar a confiabilidade do Projeto Orientado ao Desempenho, assim como a possibilidade de aplicar métodos mais claros e eficazes no desenvolvimento do Projeto Algorítmico.
Palavras-chave: Design Computacional; Performance; Programação; Projeto Algorítmico; Projeto Orientado ao Desempenho
LANDIM, Gabriele do Rosario. Programação para Arquitetura: linguagens visuais e textuais em Projeto Orientado ao Desempenho. 2019. Dissertação (Mestrado em Arquitetura, Urbanismo e Tecnologia) – Instituto de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2019.
Banca: Ruy Sardinha Lopes (Presidente)
Aline Coelho Sanches Corato
Ana Gabriela Godinho Lima
Andréia da Silva Moassab
Resumo: Entende-se graffiti como um fenômeno urbano por excelência. Cena, espaço e sociabilidades, em determinado espaço de tempo configuram certas territorialidades. Por meio de interlocução com quatro grafiteiras traçou-se uma área de estudo que relaciona as cidades de Diadema e Embu das Artes em relação a capital São Paulo dentro de uma cena feminina de graffiti. Com estudos de caso e pesquisa de campo, foram estudadas a vida, processos de trabalho, posicionamento e relações entre quatro grafiteiras e seus trabalhos nesta cena. Ao se identificarem enquanto mulheres negras, foram trabalhadas as questões gênero, raça e classe no âmbito do feminismo interseccional e buscou-se aporte teórico no que dizem as feministas negras, sobretudo as brasileiras. Discute-se também a presença das mulheres nas cenas do graffiti tanto no Brasil como no exterior e, como, por meio dos feminismos elas se relacionam com o fenômeno e membros de diferentes gerações. Atualmente os grupos e redes que se formaram ao longo dos últimos anos estão utilizando o graffiti como ferramenta para discutir questões mais amplas e as mulheres, em processo de empoderamento, se colocam para disputar espaços de poder dentro da cena. Assim, essas mulheres de raças, classes, idades e sexualidades distintas traçaram e continuam a contribuir para a história do graffiti em São Paulo, não somente nas ruas, mas em espaços de educação, debate e decisão.
Palavras-chave: Feminismos; Gênero; Graffiti; Interseccionalidades; São Paulo
FIGUEIREDO, Ana Luísa Silva. Mulheres no graffiti: perspectivas da prática em contexto metropolitano. 2019. Dissertação (Mestrado em Teoria e História da Arquitetura e do Urbanismo) – Instituto de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2019.
Resumo:
O presente trabalho teve como objetivo compreender os processos de construção e gestão de uma cidade-marca e seus vínculos com o conceito de “cidade criativa”, bem como seus consequentes impactos nas políticas urbanas. Para tanto, tomou-se como estudo de caso a cidade de Londres, capital do país pioneiro na adoção do discurso da “criatividade” em suas políticas públicas e tida, na década de 90, como um dos principais centros de poder e controle global no capitalismo contemporâneo. Buscou-se construir um panorama histórico que mostra como Londres veio a ser promovida como uma “cidade criativa”, tendo a cultura no cerne das políticas de desenvolvimento econômico e urbano. Neste sentido, o trabalho procurou analisar o processo de construção, gestão e exportação da “marca Londres”, desenvolvida na virada do século XXI, evidenciando as tensões e aproximações entre as diferentes gestões do governo central britânico e as administrações municipais de Londres. Procurou-se explicitar o quanto tal processo culminou na realização dos Jogos Olímpicos de 2012, utilizados como ferramenta para direcionar recursos e a atenção midiática para o megaprojeto de regeneração do East End da cidade. A partir da análise dos novos arranjos institucionais e das estratégias discursivas adotadas para legitimar a realização de tal projeto, buscou-se, então, compreender qual o rebatimento urbano do processo de branding da cidade, tendo como foco os impactos no East End e mais especificamente na região de Hackney Wick – promovida como o mais novo hub criativo de Londres – exemplificando as tensões entre a “marca Londres” e a “Londres realmente existente”.
Palavras-chave:
Cidade criativa. Cidade-marca. City branding. Urbanismo neoliberal. Londres. Jogos Olímpicos.
FRAGALLE, Natália P. London calling: o papel da cultura e da “criatividade” na gestão de uma cidade-marca. 2019. 284p. Dissertação (mestrado) – Instituto de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2019.
O 22o Congresso da Sociedade Iberoamericana de Gráfica Digital (SIGraDi), com o tema “Tecnopolíticas“, aconteceu no campus da USP São Carlos entre os dias 5 e 9 de novembro de 2018, contando com atividades de workshops, conferências, apresentação de trabalhos e exposições. O congresso foi organizado pelos profs. David M. Sperling e Simone Vizioli, e uma equipe composta por membros dos grupos de pesquisa NEC.USP e N.ELAC, contando com a colaboração de diversos professores, servidores não-docentes e alunos de graduação e pós-graduação do IAU-USP.
Participação e publicação de Rafael Goffinet de Almeida, Fábio Lopes de Souza Santos no XXII Congresso da Sociedade Iberoamericana de Gráfica Digital TECHNOPOLITICAS
Data do evento: 07-09 de Novembro de 2018 Local: USP. São Carlos – SP.
RESUMO
Focusing on the Museu do Futebol and Google Campus – São Paulo, specifically their impacts on the space conventions of culture and labor, this article aims to investigate main questions behind the contemporary phenomena that erases previous boundaries between both fields. Manuel Castells´ concept of “informational economy” will be confronted with Michel Foucault´s theoretical perspective of power devices, social agency and the fabrication of the neoliberal subject to demonstrate how key terms such as participation, collaboration and interactivity – associated with informational technologies – are producing new spatialities that are functioning as sophisticated forms of social behavior and experience control.
Palavras-chave: Participation; Contemporary spatialities; Space and Power; Social agency.
Participação em mesa redonda de Ruy Sardinha Lopes no IX Seminário de Integração Institucional da SOCICOM
Data: 16 e 17 de outubro Abertura: 16 de outubro, 18h30 Local: Auditório Freitas Nobre – CJE (Prédio 2) Mesas temáticas: 17 de outubro, 9h às 19h Local: Sala da Congregação – Prédio Central, 1º andar
Banca: David Moreno Sperling (Presidente)
Gabriel de Santis Feltrin
Lopes, Ruy Sardinha Lopes
Natacha Silva Araújo Rena
Resumo: A pesquisa analisa as intervenções urbanas realizadas no Largo da Batata pelo movimento A Batata Precisa de Você e na Avenida Paulista com o programa Paulista Aberta. Os dois movimentos tiveram suas reivindicações ampliadas a partir das Manifestações de Junho de 2013 com discussões em relação a temas como direito à cidade, ocupação de espaços públicos e uma agenda urbana em defesa de maior participação da sociedade civil. Estabelecendo novos diálogos entre atuações nos espaços físicos e nas redes sociais e tendo o urbanismo tático e seus similares como estratégia de ocupação, os dois casos de intervenções são analisados durante o período de 2013 a 2017 acompanhando seus modos de atuação nas duas plataformas, atores envolvidos, seus limites e potenciais.
Palavras-chave: Intervenções urbanas; Largo da Batata; Paulista Aberta; Redes sociais; Urbanismo tático
BENATTI, Nayara Araujo. Redes e ruas – ocupações híbridas na cidade de São Paulo. 2018. Dissertação (Mestrado em Teoria e História da Arquitetura e do Urbanismo) – Instituto de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2018.
Participação em mesa redonda de Ruy Sardinha Lopes no I Foro SOCICOM-ALAIC
Data: 27.07.2018 Local: San José, Costa Rica
Objetivos:
Discutir el papel de las entidades científicas de comunicación en la formulación de políticas públicas científicas para el sector. La existencia, avances y demandas de políticas de financiamiento y apoyo a la investigación, programas de internacionalización y calificación de investigadores, apoyo a publicaciones, formación de redes y observatorios científicos de comunicación.
Programa de trabajo: 10 a 12 h: Políticas científicas para las comunicaciones
1. Delia Crovi Druetta (Presidenta da ALAIC): Transformaciones y desafíos de la políticas científicas para la producción y divulgación del conocimiento de la comunicación.
2. Ruy Sardinha Lopes Presidente da SOCICOM). Tema: Arreglos institucionales y política científica em Brasil: el papel de las ciências humanas y sociales aplicadas. 3. Karina Olarte (Presidente da Confirbercom) – Tema: Políticas institucionales/ universitarias sobre la producción científica en el campo de la Comunicación en Bolívia
4. Jerónimo Repoll (UAM-Xochimilco y AMIC México): Las revistas científicas de comunicación en América Latina.
Mediadora: Ana Regina Rêgo (Diretora de Relações Internacionais da SOCICOM-).
Banca: Ruy Sardinha Lopes (orientador)
Paulo Cesar Castral (IAU.USP)
Gabriel de Santis Feltran (UFSCar)
Walter Garcia da Silveira Junior (IEB/USP)
Resumo: A história da cidade de São Paulo é largamente estudada, e mesmo assim, sempre parece haver motivos para levantar outro ponto de vista. O presente trabalho busca realizar uma leitura a contrapelo das imagens de parte da história da cidade de São Paulo, tendo como ferramenta para análise algumas canções de Adoniran Barbosa. Ao analisar parte da história de São Paulo e quais caminhos foram trilhados para que a “locomotiva do país” adquirisse tal fama, é possível constatar que tal fenômeno urbano paulistano e não se deu de maneira homogênea. Dentro de uma metrópole dos anos 1950 como São Paulo coexistem diversas situações urbanas e manifestações culturais que colabora para a construção da multiplicidade de imagens. Em uma breve leitura sobre a cidade é possível chegar a um nome que aparece repetidas vezes: Adoniran Barbosa. E é em meio a essa complexidade que ele gostava de viver, caminhar pelas ruas na sua boemia e conversar com as pessoas. Então surgiam suas canções, quase todas tratando a respeito do que ele acreditava ser bom o bastante para virar samba e agradar a seus muitos ouvintes. O que torna a obra de Adoniran tão peculiar é a possibilidade de enxergar com olhares das camadas populares, e olhares cotidianos, uma cidade largamente estudada e analisada, tendo um estilo de narrativa alinhada com as vozes daqueles que faziam parte do cenário exaustivamente estudado, mas que dificilmente eram enxergados ou ouvidos. Não se trata de colocar versões diferentes da história em combate, apenas tentar mostrar que sempre é possível abrir os ouvidos para outras falas.
Palavras-chave: Adoniran Barbosa, São Paulo, Progresso, Desenvolvimento Urbano.
BRAGATTO, Yara Boscolo. Adoniran Barbosa e a lírica do progresso de São Paulo. 2018. 238 p. Dissertação (Mestrado) – Instituto de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2018.
As pesquisadoras do NEC Ana Luísa Figueiredo e Natália Fragalle participaram como comunicadoras orais da conferência Inequality & uncertainty: current challenges for cities, de sociologia urbana, que começou nesta quarta-feira dia 27 e se encerra hoje, 29, na Faculdade de Ciências Políticas y Sociología da UNED, em Madrid. Apresentaram trabalhos relacionados a suas respectivas pesquisas de mestrado em desenvolvimento no NEC, tendo em vista o diálogo com o campo da sociologia urbana, do qual ambas pesquisas se aproximam em relação aos temas e metodologia.
Foi possível conversar com colegas de vários países europeus, como Estônia, Polônia e Portugal, além da Espanha, países asiáticos como Israel e Turquia, nas sessões a respeito de Gênero e espaço urbano e Desigualdades e políticas locais.
A programação contemplou duas palestras, a abertura com o professor Jesús Leal, considerado o precursor da Sociologia Urbana na Espanha, com o tema de segregação espacial em cidades européias focando em Madrid e Barcelona e a professora Suzan Hall, da London School of Economics, a respeito do tema migração, marginalização e mudanças na escala da rua. Além destas palestras, o documentário The order I live in – an indoor urban symphony, de Francisco Cruces e Jorge Moreno Andrés foi apresentado e discutido.
A próxima edição, em 2019, acontecerá em Manchester, Reino Unido, também sob organização da Sociedade Europeia de Sociologia Urbana.
Participação em mesa redonda de Ruy Sardinha Lopes no XVI SEMINÁRIO OBSCOM/CEPOS e II Encontro da Rede Celso Furtado em Comunicação, Cultura e Desenvolvimento (COMCEDE)
Data: 24 a 25.05.2018
Local: Aracaju
Resumo: O presente artigo analisa as diversas acepções do binômio cultura e desenvolvimento, do século XIX às atuais concepções das agências multilaterais, tendo por objetivo contribuir para o debate sobre as políticas culturais e a economia política da cultura na contemporaneidade.
Reunião do INCT Tecnopolíticas: territórios urbanos e redes digitais
A Rede TECNOPOLÍTICAS: TERRITÓRIOS URBANOS E REDES DIGITAIS é uma rede de pesquisa de alto impacto científico e social voltada a investigar a aplicação das tecnologias digitais de comunicação aos processos de produção do espaço urbano. Com coordenação geral da profa. Natacha Rena (Indisciplinar/EA-UFMG), a rede estrutura o INCT – TECNOPOLÍTICAS: Territórios Urbanos e Redes Digitais foi aprovado no edital Chamada INCT – MCTI/CNPq/CAPES/FAPs nº 16/2014, com o objetivo de produzir conhecimento e explorar tecnologias que promovam a interseção entre as redes digitais e as dinâmicas espaciais urbanas.
Compreende-se que tais tecnologias conformam, atualmente, parte indissociável da experiência e da organização das metrópoles contemporâneas, promovendo a fusão da sua dimensão físico-territorial com a das redes digitais. Partindo de um contexto de urbanização crescente, que alcança até mesmo os recônditos rurais e selvagens, a expansão da tecnologia informacional e das condições de conectividade vem transformando a vivência destes territórios e se integrando às suas infraestruturas com intensidade sem precedentes.
Neste sentido, acredita-se que é urgente aliar o que há de mais avançado na investigação em tecnologia da informação à pesquisa urbana em sua dimensão multidisciplinar – reunindo arquitetos, urbanistas, geógrafos, economistas, sociólogos, designers, biólogos, artistas, coletivos etc. – em busca da criação de dispositivos tecnopolíticos para a atuação nas metrópoles.
No dia 17/05, os coordenadores do NEC recebem a profa. Natacha Rena e pesquisadores do Indisciplinar para reunião que visa dar continuidade ao processo de reestruturação deste INCT.
Banca: Ruy Sardinha Lopes (Presidente)
Priscila Almeida Cunha Arantes
Fabio Lopes de Souza Santos
Vinicius Pontes Spricigo
Resumo: A presente dissertação tem como foco a análise, através de um viés crítico, da proposta curatorial da 27ª Bienal de Arte de São Paulo, intitulada Como viver junto. Esta bienal é tomada como estudo de caso dentro do amplo contexto de bienais por ser considerada precursora, estabelecendo e institucionalizando algumas mudanças curatoriais, como o fim das representações nacionais. A 27ª Bienal de Arte de São Paulo liga-se a referências teóricas que se relacionam àquilo que Bruce Ferguson denomina de “bienais discursivas”, termo que se refere ao fato de que conferências, eventos interdisciplinares, workshops, atividades educacionais e discussões públicas tem se tornado elementos cada vez mais importantes nesses projetos. Dentro do contexto desta discursividade expandida, a participação, a crítica institucional e um viés educacional têm sido estratégias recorrentes nas curadorias das bienais. Estes três elementos já estavam presentes em abordagens artísticas no mundo da arte e compõem juntos um campo discursivo composto de práticas dialógicas e relacionais que se replicam, ainda que com formatos variados, em bienais ao redor do mundo. A proposta curatorial da mostra foi estudada de forma a compreender os discursos envolvidos a partir do pensamento dos curadores e submetidos a um dado momento histórico, o que os condicionou a revelar uma conjuntura cultural.
Palavras-chave: 27ª Bienal de Arte de São Paulo; Arte contemporânea; Crítica institucional; Curadoria
Globalização; Participação; Virada educacional.
SEABRA, Jessica. Práticas curatorias na 27ª Bienal de São Paulo: crítica institucional, participação e discursividade. 2018. Dissertação (Mestrado em Teoria e História da Arquitetura e do Urbanismo) – Instituto de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2018.
Participação e publicação de Rafael de Oliveira Sampaio, Rafael Goffinet de Almeida e Fábio Lopes de Souza Santos no I Seminário Internacional Urbanismo Biopolítico
Data do evento: 21-26 de Novembro de 2017 Local: UFMG. Belo Horizonte – MG
RESUMO
O artigo explora uma aproximação entre dois artistas centrais para a arte contemporânea nas décadas de 1960 e 1970, Gordon Matta-Clark e Dan Graham, enfocando performances e intervenções realizadas por ambos em espaços
arquitetônicos e urbanos. Profundamente ligadas às inquietações políticas e sociais do período, tomamos a prática de performances como chave de análise da expansão e sentido de suas pesquisas estéticas em direção à cidade. A justaposição entre conjuntos de trabalhos representativos deste processo permite refletir sobre a natureza da cultura urbana atual, comportamentos sociais e experiência intersubjetiva, assim como a nova inserção social da arte e da arquitetura.
Publicação de Nayara Benatti, Ana C. M. D. Felizardo e David Sperling no I Seminário Internacional Urbanismo Biopolítico, Belo Horizonte.
Resumo: Enquanto espaço de representatividade e, portanto, de lutas entre diferentes grupos e ideais, a forma de se construir e ocupar a cidade é objeto de constante – e atual – disputa. Este trabalho tem como objeto a discussão sobre ações urbanas empreendidas na cidade São Paulo – A Batata Precisa de Você, Paulista Aberta, e Parklets – em meio a um cenário de debates sobre o direito à cidade, mobilidade urbana, acesso à cultura e lazer no espaço urbano, tomando como marco as manifestações de 2013, passando por formas recentes de gestão urbana e, por fim, apontando contradições inerentes à sua incorporação por lógicas do urbanismo neoliberal.
Palavras-chave: Direito à Cidade; Largo da Batata; Paulista Aberta; Parklets; Gestão Urbana; Urbanismo Neoliberal
Banca: Fabio Lopes de Souza Santos (Presidente)
Miguel Antonio Buzzar
José Tavares Correia de Lira
Ruy Sardinha Lopes
Luiz Henrique de Toledo
Resumo: Estabelecendo similaridades entre fenômenos culturais populares-urbanos emergidos em uma metrópole mundial (Nova York), e em uma metrópole periférica brasileira (Salvador), que se estabelecem a partir de semelhantes relações com a cidade, com a indústria cultural, e com dados políticos e econômicos, procura compreender dinâmicas presentes na produção cultural do atual estágio do capitalismo, caracterizada pela orientação da cultura para a produção de mercadorias. Sendo assim, propõe um estudo comparativo, em que o conteúdo estético é deixado em parênteses, em favor de análises de efeitos materiais, sociais e econômicos, apresentando-se também como uma tentativa de compreensão de lógicas existentes em outras manifestações culturais contemporâneas, além de se apresentar como uma contribuição para reflexões sobre possíveis vínculos entre Arte, Cultura e Cidade.
Palavras-chave: Cultura contemporânea; Espaço urbano; Nova York; Salvador
SANTIAGO, Rodrigo Peronti. Da periferia ao centro: olhares sobre as transformações na relação entre cultura, economia e política no mundo contemporâneo. 2018. Tese (Doutorado em Teoria e História da Arquitetura e do Urbanismo) – Instituto de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2018.
Apresentação de Ruy Sardinha Lopes no III Congresso Internacional sobre Culturas: Interfaces da Lusofonia
Data: 23 a 25.11.2017 Local: Lisboa
Resumo O presente artigo tem por objetivo analisar o percurso do conceito de desenvolvimento e sua ligação com o conceito de cultura presentes em alguns documentos e programas paradigmáticos das Nações Unidas, em especial o informe mundial, lançado por ocasião da conferência HABITAT III, “Cultura: futuro Urbano”, no sentido de melhor entender a acepção atual de tais termos, bem como as implicações culturais e econômicas de se tomar a cultura como um dispositivo de governança das populações e de sustentabilidade do sistema econômico vigente.
Apresentação de Ruy Sardinha Lopes no XV Congresso Ibero-americano de Comunicação -IBERCOM
Data: 16 a 18.11.2017 Local: Lisboa
FOR A COUNTER-HEGEMONIC EPISTEMOLOGY: the contribution of Latin American critical thinking
Resumo
O presente artigo pretende refletir sobre a contribuição do pensamento crítico latino-americano, em especial o marxiano, para a construção de uma epistemologia contra hegemônica, apreendendo-o ao longo de sua história, mas em especial ao se debruçar sobre as determinações que mais recentemente impactam a região, as políticas e pensamento neoliberais
Palavras-Chave: epistemologia . América Latina 2. Contra-hegemonia.
Publicado em LIVRO DE ANAIS COMUNICAÇÃO, DIVERSIDADE E TOLERÂNCIA, XV Congresso Ibero-Americano de Comunicação IBERCOM 2017
NEC na Biblioteca da 11a. Bienal de Arquitetura de SP
Neste sábado, dia 04 de novembro, ocorreu a abertura da Biblioteca da Bienal de Arquitetura de São Paulo. Dentre os livros expostos, dois foram realizados no âmbito do NEC e um com participação de pesquisadores do grupo: GRU-111: contracartografias, Zonas Liminares e MCMV. Estes livros enfocam criticamente, por meio de trabalhos gráficos, ensaios fotográficos e textos, a produção de espacialidades arquitetônicas e urbanas e suas articulações com fenômenos econômicos e sociais: um terminal aeroportuário construído com uso de trabalho análogo ao escravo, condomínios fechados regidos por certas lógicas discursivas e espaciais, e um conjunto habitacional Minha Casa Minha Vida e a construção e apropriação cotidiana de seus espaços.
Biblioteca Mario de Andrade,
de 04 de novembro a 15 de dezembro de 2017
“A Biblioteca, assumindo seu formato mais evidente, configura-se como uma grande coleção de livros. Aqui, apresenta-se como uma forma de raciocinar sobre os possíveis formatos de arquivo e encontra na Bienal um outro propósito: receptáculo desenhado para receber coleções de arquiteturas, leituras, registros, propostas e experiências.
A Biblioteca da Bienal nasceu como um segmento deste grande arquivo em construção – uma compilação de livros e publicações que se somam ao repertório da Bienal. Valorizamos o livro enquanto objeto tangível, sobretudo por sua capacidade de documentar processos sem restringi-los ou simplificá-los em um único registro.
O acervo apresentado disponibiliza materiais, conteúdos e debates para um público amplo e contribui para a construção de conhecimento sobre as diferentes formas de observar, mapear, representar, editar, construir e fazer a cidade. Os trabalhos apresentados abordam a diversidade do fazer arquitetônico, atravessando pluralidades culturais, versatilidades técnicas, multiplicidade de materiais e recursos, e ainda, possibilidades de usos.
Provenientes de mapeamentos realizados pelo Núcleo de Conteúdo da 11ª Bienal e das chamadas abertas, estes trabalhos são fruto de diversas mãos, capazes de não apenas retratar inovações no campo, mas de abrir espaço para outras vozes, perspectivas e saberes. A Biblioteca reúne uma variedade de conteúdos e formatos que permeiam os eixos de pesquisa, também presentes em exposições desta edição da Bienal de Arquitetura: Imaginário da Cidade e Utilidade Pública.
Disposta em suportes para livros e outras coleções, a Biblioteca possibilita ao visitante explorar materiais que vão do contexto acadêmico ao empírico, elucidando várias perspectivas. A Biblioteca é um espaço para ser vivido. Um convite à leitura e ao encontro com outras narrativas.” (fonte: https://www.facebook.com/events/1747130615593050/)
O NEC inaugura uma série de seminários internos acerca dos estatutos da participação, da interação e da colaboração como formas constituintes das práticas estéticas, artísticas, culturais e econômicas contemporâneas. Partindo das pesquisas em andamento no grupo, almeja-se problematizar os deslocamentos semânticos, as disputas por estratégias e os novos modos como os processos produtivos vêm englobando ações e agenciamentos coletivos nos campos da arquitetura, das artes, do design, das culturas urbanas e da produção das cidades.
23 de Agosto – das 9 às 17hs
Sala Pós 2 – Instituto de Arquitetura e Urbanismo
Abertura: Profs. David Sperling, Ruy Sardinha Lopes, Fábio Lopes de Souza Santos, Luciano Bernardino da Costa
Mesas
Arquitetura e participação: Carolina Akemi, Rafael Goffinet
Arte e design de sistemas sociais: Marilia Solfa e Guilherme Kujawski Ramos
Cultura, economia criativa e City Marketing: Débora Gomes dos Santos, Maria Fernanda Vegro, Natália Fragalle
Culturas Urbanas: Ana Luísa Figueiredo, Rodrigo Peronti, Tuani Guimarães Augusto
Espaços institucionais e alternativos: Guilherme Cuogui, Isadora Affonso, Jéssica Seabra, Rafael Sampaio
Espaços urbanos, redes e ativismos: Ana Carolina Felizardo, Cristina Kiminami, Gabriel Ramos, Marcos Marchetti, Nayara Benatti
Tecnologias e Design colaborativo: Paula Pacheco, Rodrigo Scheeren, Tassia Vasconselos
Discussões, preparação das edições seguintes e encerramento: todos os participantes
Lançamentos do Livro GRU-111: Contracartografias e Revista Cadernos de Pesquisa #3
NEC.IAU.USP e Projeto Contracondutas – Escola da Cidade convidam para os lançamentos: Livro GRU-111: Contracartografias e Revista Cadernos de Pesquisa #3
OLivro GRU-111: Contracartografias e aRevista Cadernos de Pesquisa #3 apresentam pesquisas, textos, cartografias e trabalhos visuais realizados no âmbito do Projeto Contracondutas, entre maio de 2016 e maio de 2017, sobre o trabalho análogo ao escravo contemporâneo. Estas publicações contaram com financiamento público proveniente de TAC entre o Ministério Público do Trabalho e empresa flagrada utilizando mão de obra em condições análogas a escravidão, em obras do Terminal 3 do Aeroporto Internacional de Guarulhos, em 2013.
com / Ana Carolina Tonetti, Ligia Nobre e Marianna Al Assal / David Sperling, Fábio Lopes de Souza Santos, Luciano Bernardino da Costa, Ruy Sardinha Lopes, Cibele Rizek, Marcel Fantin / Cristina Akemi G. Kiminami, Guilherme Vendramini Cuoghi, Marília Solfa, Paula Ramos Pacheco, Rafael Goffinet de Almeida, Rafael de Oliveira Sampaio, Tássia Borges de Vasconselos / Alessandra Vitti, Aline Sgotti, Ana Carolina Dias Felizardo, Ana Paula Guaratini, Artur Bignelli, Beatriz Costa, Bruno Henrique Rossler, Caio Jacintho, Daniel Nardini Marques, Eduardo Costa Cordeiro, Giovanni Bussaglia, Jeanne Vilela, João Gonçalves, Kaio Stragliotto, Laura Adami Nogueira, Miranda Zamberlan Nedel, Paul Newman dos Santos, Renan Gomez, Renato Tamaoki, Tiago Hindi.
Data: 06 de junho de 2017, 18h
Auditório Paulo de Camargo IAU-USP
Como parte integrante do projeto Contracondutas, acontece a exposição coletiva “Diagrama Contracondutas” na Escola da Cidade. Três dos trabalhos da coletiva são encomendados (NEC/IAU-USP, Raquel Garbelotti e Coletivo 308) e dois selecionados por chamada pública (Coletivo Metade e Vânia Medeiros).
A artista visual Raquel Garbelotti exibe no foyer da Escola uma vídeo-instalação com dois filmes feitos em estúdio a partir da simulação da circunvolução solar em volta da maquete de uma das casas onde foram encontrados trabalhadores em condições análogas a escravo nas imediações do Terminal 3 do Aeroporto André Franco Montoro (Cumbica), em Guarulhos. O resultado evidencia as condições insalubres de moradia a que eram submetidos os trabalhadores.
O Coletivo 308, por sua vez, amplia o alcance do “Projeto Labor”, realizado originalmente em Guarulhos, com a exibição de duas instalações “site specific” com objetos feitos em barro e gesso.
O NEC/IAU-USP de São Carlos apresenta trabalhos coletivos em que confere visualidade às relações de trabalho e econômicas que atravessam a dinâmica aeroportuária, com foco na construção do T3 de Cumbica, além de um conjunto de diagramas que atenta para os diversos atores envolvidos em grandes canteiros de obras. (Veja mais AQUI sobre o trabalho do NEC/IAU-USP)
O Coletivo Metade, formado por Ana e Bel Tranchesi, realizou pesquisa de campo na municipalidade de Petrolândia, em Pernambuco, de onde grande parte dos trabalhadores do T3 veio, aliciada por atravessadores. A pesquisa se transforma em tótens com áudios das declarações de trabalhadores no foyer e numa ação em Cumbica, a partir da circulação, de 27 de março ao final de abril, de falas desses trabalhadores impressas em painéis em 111 carrinhos de bagagem do aeroporto internacional.
A baiana Vânia Medeiros, por fim, exibe na Escola uma série de desenhos feitos por trabalhadores da construção civil a partir de ateliês remunerados de arte, conduzidos pela artista, em que eles fazem relatos de suas condições de trabalho. Exposição coletiva “Diagrama Contracondutas” Local:Escola da Cidade
De 08 de abril a 13 de maio de 2017
Sesc São Paulo e Escola da Cidade promovem em São Paulo “Contra – Seminário Internacional – Condutas: Políticas da arquitetura e trabalho escravo na contemporaneidade” | 4 – 8abril 2017
O Sesc São Paulo e a Escola da Cidade promovem de 4 a 8 de abril, o “Contra – Seminário Internacional – Condutas: Políticas da arquitetura e trabalho escravo na contemporaneidade”, evento concebido pelo projeto Contracondutas realizado nas unidades Belenzinho, Bom Retiro e Campo Limpo, e também na sede da Escola na Vila Buarque, centro da cidade de São Paulo. Nos cinco dias de evento, especialistas de 8 países se reúnem para discutir suas pesquisas em quatro painéis temáticos, mediados por professores da Escola da Cidade e uma conferência inédita. O evento se encerra no dia 8 de abril, com a abertura da exposição Contracondutas e o lançamento do número 3 da publicação Cadernos de Pesquisa da Escola da Cidade – Especial Contracondutas.
O projeto Contracondutas se origina da atuação do sistema de justiça do trabalho dentro das ações de combate e erradicação do trabalho análogo a escravo na construção do Terminal 3 do Aeroporto Internacional de Guarulhos, em 2013. Com a aprovação do Ministério Público do Trabalho, a Associação Escola da Cidade ficou encarregada de elaborar um projeto amplo e público que buscasse problematizar, difundir e transformar o conhecimento e a realidade do problema–enfrentamento nesse procedimento de justiça a partir de uma abordagem sobre a questão do trabalho análogo a escravo na contemporaneidade.
Com duração de um ano – maio de 2016 a maio de 2017 -, o projeto Contracondutas foi idealizado por uma equipe interdisciplinar de profissionais no âmbito do Conselho Técnico e opera como dispositivo que atravessa diversas atividades didáticopedagógicas da Escola da Cidade – Seminário de Cultura e Realidade Contemporânea, o programa de Estágios de Pesquisa Científica e Experimental – ao mesmo tempo que incorpora e provoca indagações acadêmicas, jornalísticas e artísticas, projetando-se em direção ao debate público do tema e seus impactos na cidade, nas relações sociais, na ocupação do território, nos fluxos migratórios, nas políticas públicas e nas produções culturais. A 12a edição do Seminário Internacional da Escola da Cidade toma emprestado o tema desse importante debate.
Abertura Com: Danilo Santos Miranda (Diretor Regional do Sesc São Paulo) e Ciro Pirondi (Escola da Cidade) 14h
Painel 01:Arquitetura e Trabalho Com: Beatriz Toni, arquiteta e Cristina Lima, mutirante do coletivo Usina (Brasil), Ana Luiza Nobre (PUC Rio e RIO NOW, Brasil) e Peggy Deamer (Universidade de Yale, Estados Unidos). Mediação: Carol Tonetti e Ligia Nobre. | Das 14h às 17h.
Painel 02: Desenho de Estratégias Com: Melanie Dodd (CSM e Muf Art Architecture, Grã-Bretanha), Manuel Ulloa (EA-HR, Chile) e Diego Barajas e Camilo García (Husos Arquitectos, Espanha e Colômbia). Mediação: Amália dos Santos. | Das 14h às 17h.
Estúdio Vertical da Escola da Cidade O projeto Contracondutas fez uma parceria com o Estúdio Vertical da Escola da Cidade e os convidados do XII Seminário Internacional participação nas bancas de avaliações dos alunos da Escola, desenvolvendo e costurando as questões anunciadas e discutidas durante o Seminário, aplicadas aos trabalhos dos estudantes. Das 18h às 20h30.
Painel 03: Contracartografias. Com Pablo Ares do coletivo Iconoclassistas (argentina), Daniel Lima, artista, David Sperling (NEC/IAU USP) e André Mesquita, pesquisador. Mediação: Marta Lagreca. | Das 14 às 17 horas.
Estúdio Vertical da Escola da Cidade O projeto Contracondutas fez uma parceria com o Estúdio Vertical da Escola da Cidade e os convidados do Seminário Internacional participação nas bancas de avaliações dos alunos da Escola, desenvolvendo e costurando as questões anunciadas e discutidas durante o Seminário, aplicadas aos trabalhos dos estudantes. Das 18h às 20h30.
Painel 04: O Comum e o Direito: habilidade de resposta
Com: Rodrigo Bonciani (UNILA), Paulo Tavares e representante do site Repórter Brasil (a confirmar). Mediação de Amália dos Santos | Das 14h às 17h.
Estúdio Vertical da Escola da Cidade Das 18 às 20h30.
Escola da Cidade: Dia 08/04 sábado
Lançamento da Revista Cadernos de Pesquisa da Escola da Cidade # 3 – Especial Contracondutas.
Abertura da exposição coletiva “Contracondutas”.
Encerramento.
Conversa com Clara Ianni e David Sperling | Itinerância #19Festival
No dia 10 de agosto (quarta), às 20h, no programa público da exposição “Itinerância 19º Festival de Arte Contemporânea Sesc_Videobrasil | Obras Premiadas”, a artista Clara Ianni, uma das premiadas do #19Festival, encontra o arquiteto e pesquisador David Sperling para uma conversa sobre os trabalhos apresentados na mostra.
No evento, o arquiteto e a artista abordam temas relativos ao vídeo “Forma Livre” e à série de desenhos “Linha”, trabalhos focados nas discrepâncias entre discurso e prática, projeto e realidade, monumento e ruína. A série “Linhas” investiga as linhas no contexto da cartografia, abordando-as como evento político. Em “Forma Livre”, a artista usa áudios de entrevistas em que Oscar Niemeyer e Lucio Costa são interpelados sobre o massacre de operários revoltados com as condições desumanas de trabalho na construção de Brasília no ano de 1959.
SOBRE OS PARTICIPANTES Clara Ianni é artista visual. Usa vídeo, instalação e objeto, entre outras linguagens, para investigar as relações entre arte, política e ideologia. Participou da 31ª Bienal de São Paulo (2014), do 33º Panorama da Arte Brasileira – Museu de Arte Moderna de São Paulo (2013), e da 12ª Bienal de Istambul, Turquia (2011), entre outras. Foi assistente de curadoria da 7ª Bienal de Berlim, Alemanha (2012) e do Musée du Louvre, Paris (2008, 2009). Vive e trabalha em São Paulo.
David Sperling é arquiteto, professor-doutor do Instituto de Arquitetura e Urbanismo da USP e pesquisador do Núcleo de Estudos das Espacialidades Contemporâneas – NEC/USP).
Publicação de Nayara Benatti e David Sperling nos Anais do 3º Seminário de Acompanhamento do Programa de Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo do IAU/USP
Resumo: A pesquisa tem como proposta investigar os distintos usos e ocupações de espaços públicos por parte da sociedade civil, gerando intervenções sociais e mediações culturais que criem novas estéticas urbanas e relacionamento entre os moradores e a cidade.
Lançamento e debate do livro: “ARTE, CULTURA E CIDADE – Aspectos político-estéticos contemporâneos” (Vera Pallamin, 2015)
O livro reúne textos que tratam de relações contemporâneas entre cidade, cultura e arte, organizando-se em torno de três núcleos interligados: o primeiro diz respeito à relação entre o estético e o político; o segundo, à relação entre cidade, arquitetura, espaço público e cultura urbana; e o terceiro, à arte urbana.
O evento será realizado na próxima quarta-feira (27/04) às 18h, no Auditório Paulo de Camargo e Almeida (IAU).
Mesa de Debate: Vera Pallamin
Cibele Rizek
Ruy Sardinha
O II Colóquio Cidades: experimentações sociais e criatividade politica parte de três premissas: i) o espaço urbano é socialmente produzido por forças contraditórias e desiguais; ii) a centralidade característica da forma urbana é um fator de convergência de infraestruturas, capitais, agentes, conhecimentos e redes de produção de culturas; iii) processos sociais gerais, muitas vezes abstratos, ganham feições concretas no espaço urbano. Tais premissas respaldam nosso diagnóstico, para o qual as cidades têm sido, nos últimos anos, vetor na reprodução das condições de dominação, exploração e segregação, mas também lugar por excelência de experimentações sociais, de esforços inventivos e, ainda, de uma imaginação aberta a novas formas de participação e sociabilidade. O objetivo do Colóquio é construir, por meio de abordagens interdisciplinares, uma crítica radical provida de disposição para o vislumbre de possiblidades, imbuída de criatividade e de perspectivas para uma cidade socializada.
17/05 – terça feira
9h15- Abertura
9h30-11h30 – Mesa – Empoderamento, cidadania ativa e subjetividade política
Peter P. Pelbart ( PUC SP)
Pablo Ortellado (USP)
Mediação: Fabiano Vianna ( USP)
11h30- 13h30 – Mesa – Henri Lefebvre e o fenômeno urbano: crítica radical e as aberturas ao possível
Ana Fani A. Carlos (USP)
Fraya Frehse (USP)
Mediação: Luiz Recamán (USP)
13h30 -15h00 – intervalo
15h00- 17h00 – Mesa – Ampliações no espaço público: luta por reconhecimento, redistribuição e desejo de participação
Rúrion de Melo (USP)
Inara Marin ( Cebrap)
Mediação: Jéssica Omena (USP)
10h00-12h00 – Mesa – A potência de uma cultura urbana em espaços híbridos
Isabella Rjeille ( Bienal SP)
Paolo Colosso( USP)
Mediação: Laura Sobral (USP)
12h00-14h00 – intervalo
14h00-16h00 – Mesa – Tecnopolítica: usos recentes e possibilidades das redes sociotécnicas no espaço urbano
Javier Toret ( Universidade Aberta de Catalunha)
Sérgio Amadeu da Silveira (UFABC)
Mediação: André Pasti ( USP)
16h00-16h30 – café
16h30- 18h30 – Mesa – Micro-utopias e intervenções artísticas: outros espaços e temporalidades
Amilcar Packer
Alex Flynn (Durham University)
Fabio Tremonte (Escola da Floresta)
Mediação: Rose Satiko (USP)
19/05- quinta-feira
10h00-12h00 – Mesa – Artes, tecnologias digitais e esgarçamento do imaginário urbano
Paula Braga ( UFABC)
David M. Sperling (USP)
Mediação: Ruy Luduvice ( USP)
12h00-14h00 – intervalo
12h00-14h00 – Mesa – Pesquisa, estética, etnografia: modos de produzir conhecimento
Pedro Cesarino (USP)
Ícaro Lira (Ocupação Hotel Cambridge )
Mediação: Pedro Costa (USP)
16h00-16h30 – café
16h30-18h30 – Mesa – Reconfigurações na Partilha do Sensível
Vera Pallamin (USP)
Dora Longo Bahia (USP)
Mediação: Ricardo Fabbrini (USP)
INSCRIÇÕES GRATUITAS NO LOCAL ( 30 mintuos antes )
Organização: Grupo de Estética Contemporânea, Alex Flynn e Jéssica Omena Valmorbida.
A exposição A rua de minha infância apresenta diferentes maneiras de pensar a fotografia como modo de reencontrar ou inventar os universos subjetivos da infância. Em cartaz no Chalé Cristiano Osório no Instituto Moreira Salles de Poços de Caldas a partir de 27 de fevereiro, às 20h.
A mostra reúne imagens de alunos do curso A fotografia e os sentidos do ver, promovido regularmente no centro cultural e ministrado por Luciano Costa.
Diego Matos – curador-assistente do 18º Festival – e David Sperling – professor do Instituto de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo – conversam com o público durante a abertura da Itinerância do 18o Festival de Arte Contemporânea Sesc_Videobrasil, no Sesc São Carlos. Cada um sob sua perspectiva, faz considerações sobre a função da arte como catalizadora de novas visões sobre o indivíduo e sobre a ressignificação do espaço urbano. Sperling aponta para a necessidade de se “fazer ver o que não é visto — fazer com que, de áreas consideradas ‘vazias’ pelo sistema, surjam narrativas que preencham esses contextos, mudando a maneira como enxergamos estes lugares”. Matos, por sua vez, ressalta o posicionamento do evento no cenário internacional das artes, que opera através de “olhares distintos sobre uma realidade distinta, que é a realidade deste Sul geopolítico — nosso foco curatorial — absorvendo discursos que estão fora do eixo tradicional da história da arte”. Presente no evento, a fundadora da Associação Cultural Videobrasil e curadora geral do Festival, Solange Farkas, reitera essa característica, ao dizer que “esse olhar em direção a nós mesmos e ao nosso lugar, é o lugar do Videobrasil no contexto das artes”.
David Sperling(São Paulo, Brasil) é arquiteto, professor-doutor do Instituto de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, Campus São Carlos e pesquisador do Núcleo de Estudos das Espacialidades Contemporâneas.
Diego Matos(Fortaleza, Brasil, 1979) é arquiteto e curador, é mestre e doutor pela FAU-USP. Foi curador-assistente do 18º Festival de Arte Contemporânea Sesc_Videobrasil. Coordena o Núcleo de Acervo e Pesquisa da Associacão Cultural Videobrasil
Registro Fotográfico após tragédia no Rio Doce
Esse foi o objetivo de dois fotógrafos do Sul de Minas ao percorrer as margens do Rio Doce e seus afluentes após a tragédia de Mariana (MG). Rafael Simioni e Luciano Costa foram à região cerca de dois meses após o rompimento da barragem da mineradora Samarco e ouviram histórias de vítimas e moradores. O resultado é uma série de fotografias que descreve sem palavras o caos e o recomeço de uma região. Leia mais AQUI
IEA Polo São Carlos realiza debate sobre consequências do desastre em Mariana
Quatro meses após o rompimento da barragem de Fundão, pertencente à mineradora Samarco, no município de Mariana (MG), o desastre que espalhou rejeitos de minério ao longo de todo o curso do rio Doce ainda está em andamento. Milhares de pessoas tiveram suas vidas alteradas em função da lama: populações ribeirinhas perderam seu principal meio de subsistência e a captação de água em diversos municípios foi prejudicada.
Para discutir os efeitos da tragédia, que se estendem não apenas à questão ambiental, o Instituto de Estudos Avançados Polo São Carlos da USP realiza no dia 31 de março o debate “O Vale do rio Doce: um desastre em andamento”. O evento reunirá quatro debatedores e um moderador com diferentes experiências no tema.
Participantes:
Marcelo Tramontano (IAU-USP)
Luciano Costa (IAU-USP)
Rafael Lazzarotto Simioni (FDSM/Univás)
Reinaldo Duque Brasil (Depto. Botânica – UFJF)
Eduardo Mario Mediondo (Cemaden/EESC-USP)
Moderador: Marcel Fantin (IAU-USP) O Vale do rio Doce: um desastre em andamento
31 de março, a partir das 19h Auditório Jorge Caron, no campus 1 da USP São Carlos (Av. Trabalhador São-carlense, 400, Arnold Schimidt) Evento gratuito e aberto ao público – Transmissão ao vivo pela internet Inscrições e informações: pelo e-mail ieasc@sc.usp.br ou pelo telefone (16) 3373 9177 Ficha do evento: http://www.iea.usp.br/eventos/o-vale-do-rio-doce-um-desastre-em-andamento
O XX Congresso SIGraDi será realizado no dia 9, 10 e 11 de novembro de 2016 em Buenos Aires, Argentina. Ele está sendo organizado pela Faculdade de Arquitetura, Desenho e Urbanismo da Universidade de Buenos Aires e do Centro Cultural San Martin. O primeiro Congresso da SIGraDi foi em Buenos Aires em 1997, este ano voltamos para a mesma cidade para celebrar o 20º Congresso. Nós convidamos você a participar desta ocasião especial de celebração e comemoração, progresso e novos projetos.
O tema escolhido “Crowdthinking” revela a inquietação dos pesquisadores em relação ao trabalho colaborativo, inteligência distribuída e pesquisa coletiva, mas, principalmente, sobre o pensamento transdisciplinar como uma construção baseada na multiplicidade e diversidade. Todos estes temas são essenciais e importantes não somente nas áreas do design e da arquitetura, mas também em áreas emergentes das ciências humanas e artes.
Atualmente, o projeto colaborativo é considerado como um dos elementos chaves para a mudança das cidades e da sociedade. Na sua génese manifesta a noção de que o mundo que nos rodeia é inadequado para muitas das necessidades da sociedade e de que a partir deste desenho pode ser melhorado. A investigação coletiva, combinada com inteligência distribuída, desenvolvimento social sustentável, pesquisa em design de ponta, teorias e estratégias computacionais geram uma parceria de pesquisa com base na participação e cognição de problemas complexos. Propõe-se uma abordagem em que os resultados das experiências podem construir um modelo, definir ou aplicar axiomas e levar a um resultado da aplicação destes. Em outras palavras, mapear desde os axiomas a situações reais de projeto e seguir suas consequências. Também inclui pesquisas para chegar à conjecturas dos processos, à criação de modelos computacionais e ao comportamento resultante do projeto do sistema.
Por outro lado, a necessidade de achar soluções para melhorar a qualidade de vida da sociedade e para o desenvolvimento sustentável, inclui preocupações sobre a integração do contexto físico e cultural das cidades, a educação em massa e a inclusão de desenho paramétrico, fabricação e prototipagem digital, e BIM como um sistema que organiza e assegura a correspondencia entre o desenho urbano físico com a proposta de arquétipos sustentáveis. Estas são algumas das preocupações onde a tecnologia vem oferecendo soluções apartir de pesquisas para melhorar o processo de projeto, integrando informações de forma paramétrica aos elementos da gráficos digital com indicadores. Essa integração permite que os diferentes profissionais de projeto possam trabalhar em conjunto sobre o mesmo modelo, com base em simulações, materializações e avaliações sobre dados mais aproximados à realidade, otimizando recursos. Projetos com maior responsabilidade social e ambiental pode ser alcançado através da integração no ensino e na prática profissional desta nova forma de projetar. Em relação à importância do tema para o ensino, antecipa-se um amplo intercâmbio que irá promover a auto-avaliação e reformulação dos paradigmas educacionais.
1° COLÓQUIO INTERNACIONAL
FAUUSP – SÃO PAULO – BRASIL
16 E 17 DE MARÇO DE 2016
O Colóquio Internacional Imaginário: Construir e Habitar a Terra ICHT 2016 visa ampliar as fronteiras do pensamento sobre as cidades no século XXI.
Diante da contemporaneidade do tema, que parece afunilar a noção de inteligência em mera eficiência produtiva, o evento é uma oportunidade para refletir e debater sobre cidades inteligentes e poéticas urbanas.
Afinal, o que é uma cidade inteligente? Quais parâmetros poderiam defini-la? A cidade inteligente é um fenômeno inédito ou algo intrínseco ao construir e habitar a Terra? Estariam poética e inteligência em polos antagônicos ou unidas neste processo? Que perspectivas críticas se delineiam hoje quanto ao construir e habitar a Terra? Que experiências e proposições projetuais apontam alternativas e demandam reflexões? Como as poéticas urbanas interagem, tensionam, subvertem e transformam as abordagens e questões em pauta?
O ICHT 2016 é um evento organizado pela FAUUSP e pela Université Jean Moulin Lyon 3 em parceria com o SENAC que será composto por dois encontros em 2016, o primeiro em São Paulo em Março e o segundo em Lyon em Outubro com o intuito de aprofundar o debate sobre questões pertinentes ao imaginário, ao construir e habitar a Terra, vinculadas às cidades ‘inteligentes’ e às poéticas urbanas. Uma segunda chamada de trabalhos para o encontro em Lyon será divulgada a partir de Março de 2016.
A exposição “Homo Faber – Fabricação Digital na América Latina” mapeia, de forma inédita, os laboratórios de fabricação digital e outras iniciativas ligadas à área de arquitetura no contexto da América Latina, apresentando um cenário ainda recente, mas já efervescente, com a participação de 25 laboratórios de universidades, grupos de pesquisa, escritórios de arquitetura e pesquisadores independentes. Criada originalmente como atividade ligada ao congresso CAAD Futures 2015, em São Paulo, a exposição já esteve na Escola da Cidade, no Instituto de Estudos Avançados da USP Polo São Carlos e no Centro de Convenções da Universidade Federal de Santa Catarina, em Florianópolis.
Curadoria:
Prof. David Moreno Sperling (Instituto de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, IAU–USP) e Prof. Pablo Herrera (Universidad Peruana de Ciencias Aplicadas, UPC)
Realização:
Museu Exploratório de Ciências (www.mc.unicamp.br)
Laboratório de Automação e Prototipagem para Arquitetura e Construção (www.lapac.fec.unicamp.br) Apoio: PRP–FAEPEX (Unicamp)
Abertura:
No dia 11 de março, 17h, haverá uma palestra do Prof. David Sperling (curador da exposição), seguida por uma discussão com a Prof. Gabriela Celani (Museu Exploratório de Ciências e LAPAC).
Atividades para o público:
A exposição oferecerá atividades de fabricação digital em horários especiais. Para consultar a programação acesse o site www.mc.unicamp.br.
Exposição “Homo Faber”
Local: Galeria da Casa do Lago
Rua Érico Veríssimo, 1011
Telefone: (19) 3521-7701
Data: 12/03 a 31/03/2016
Horário de funcionamento: Todos os dias das 8h30 às 22h00
Informações: (19) 3521-1810
lapac@fec.unicamp.br
Baixe o catálogo da exposição gratuitamente:http://www.fec.unicamp.br/~celani/caadfutures_2015/homofaber_catalogue.pdf
Sob o título Incerteza viva [Live Uncertainty], a 32a Bienal de São Paulo busca refletir sobre as atuais condições da vida e as estratégias oferecidas pela arte contemporânea para acolher ou habitar incertezas. A exposição acontece de 10 de setembro a 11 de dezembro de 2016 no Pavilhão Ciccillo Matarazzo, reunindo aproximadamente 90 artistas e coletivos, 54 deles agora anunciados.
32ª Bienal de São Paulo – Incerteza viva
10 de setembro a 11 de dezembro de 2016
Curador: Jochen Volz
Cocuradores: Gabi Ngcobo, Júlia Rebouças, Lars Bang Larsen e Sofía Olascoaga
Chamada de Trabalhos – VII Seminário Internacional de Políticas Culturais
O setor de Pesquisa de Políticas Culturais da Fundação Casa de Rui Barbosa comunica que, entre os dias 11 de janeiro e 15 de fevereiro de 2016, receberá propostas para apresentação de trabalhos no VII Seminário Internacional de Políticas Culturais*. Serão aceitos somente trabalhos que tenham como foco a área de políticas culturais. O objetivo é a apresentação e discussão de estudos que promovam a reflexão e o debate entre estudantes, pesquisadores, professores e demais profissionais que atuem ou tenham interesse na área de políticas culturais. (LEIA MAIS)
A Exposição HOMO FABER – realizada em São Paulo como parte do XVI Congresso CAAD Futures – inicia sua itinerância pela América do Sul no Centro Cultural da USP São Carlos, vinculada ao Colóquio “Fabricação” promovido pelo IEA-USP Polo São Carlos.
A Exposição realiza de forma inédita um mapeamento da fabricação digital dirigida ao campo da arquitetura no contexto da América Latina. Como uma amostra do recente e já efervescente cenário da fabricação digital na região, a exposição apresenta um panorama do que 25 laboratórios de universidades, grupos de pesquisa, estúdios de arquitetura e ações independentes vêm investigando e produzindo na área.
Articulados sob a compreensão de que fabricar é informar a matéria, os trabalhos expostos sinalizam amplitude de interesses e meios, assim como abertura à experimentação nos processos e resultados.
Curadores
David M. Sperling (Instituto de Arquitetura e Urbanismo – Universidade de São Paulo)
Pablo C. Herrera (Universidad Peruana de Ciencias Aplicadas)
Apoio Itinerância São Carlos
Instituto de Estudos Avançados – Polo São Carlos
Grupo Coordenador de Cultura e Extensão da USP São Carlos
Centro Cultural USP São Carlos
Universidade de São Paulo
Instituto de Arquitetura e Urbanismo
Núcleo de Estudos das Espacialidades Contemporâneas
– Os seminários internacionais REPRESENTAR mantém, desde sua origem, um caráter multi-institucional, aspecto que tem funcionado como revigorante gerador de propostas e de experiências compartilhadas. O I Seminário contou com a participação das universidades São Judas Tadeu (de São Paulo) e Autónoma Metropolitana (da Cidade do México); o II Seminário, com a iniciativa inédita de cinco instituições de ensino superior (quatro brasileiras: USP, USJT, UPM, SENAC; e uma da República Argentina: FADU-UNL) que somaram esforços e iniciativas, capital humano e pedagógico, recursos físicos e de pesquisa, para dar continuidade à proposta de criação e consolidação de um amplo campo internacional de estudos sobre um importante tema, que é inerente e imprescindível à compreensão e à concepção da arquitetura, do urbanismo e do design: as representações.
O III Seminário Internacional “Representar” propõe agora uma nova modalidade de integração web apoiada nessa prática instituída de colaboração entre centros de pesquisa em vários países. A edição 2015 envolverá o desenvolvimento de diferentes atividades previstas simultaneamente em várias universidades internacionais. Durante o mês de novembro as instituições parceiras, de Brasil, Chile, México e Portugal, promoverão, de forma concomitante, atividades de reflexão e debate sobre as representações na Arquitetura, no Urbanismo e no Design. Seguindo a experiência acumulado nos seminários anteriores serão desenvolvidos primeiramente os workshops e na sequência uma mesa-redonda de discussão geral sobre as experiências e resultados dos mesmos. Pretende-se que a mesa seja configurada como vídeo conferencias de forma a permitir a troca das diferentes abordagens e dos questionamentos levantados em cada discussão por todos os participantes nas diferentes sedes do evento. Assim, as atividades em cada uma das sedes serão gravadas e difundidas via web, para compartilhamento posterior, transmitidas em tempo real. Ao reunir diferentes pensadores, críticos, historiadores, teóricos e profissionais, de vários países e instituições, com visões e posturas variadas e abrangentes sobre o tema, espera-se que não só se intensifiquem as discussões, como também se assegure a diversidade das tendências e das óticas que se debruçam sobre os temas entrelaçados das representações, envolvendo o projeto, produção e a pesquisa.
Como parte da programação do evento, haverá, no IAU-USP, nos dias 05 e 06 de novembro de 2015 (9h00 – 17h00), o workshop “Oferendas” – Jogo-performance, tendo como responsáveis os professores David M. Sperling, Fábio L. S. Santos, Joubert Lancha, Luciano B. Costa, Paulo Castral, Ruy Sardinha Lopes e Simone Tanoue Vizioli.
Encontro com os artistas Manuela Costa Lima e Vicente Martos
10/12, às 14hs, sala de vídeo 2, IAU-USP
O projeto correspondência se encontra em algum lugar entre caminhadas virtuais pelo google street view e a experiência real do mundo.
A possibilidade de caminhar por ruas do mundo todo através da tela do computador sempre inquietou a artista Manuela Costa Lima, mas restava dessa experiência uma grande lacuna: o contato humano. Assim surgiu o projeto de enviar correspondências postais a pessoas fotografadas no google street view. Quinhentas cartas foram enviadas para cidades do mundo todo. Houve algumas respostas, muitos envelopes voltaram.
Todo esse material foi organizado em forma de livro, e por meio dele se pretende partilhar esse processo e sua experiência tátil.
Organização:
Núcleo de Estudos das Espacialidades Contemporâneas
Resumo: O advento do punk assinalou um ponto de inflexão dentro do universo cultural pop. A música punk, elemento centralizador da identidade do movimento, emergiu com a proposta de romper com as tradicionais premissas de aptidão e técnica cada vez mais presentes na música de meados da década de 1970. O retorno a um desenho musical simples e visceral somado à valorização de uma realidade cotidiana ordinária trouxe para o centro da composição tanto sonoridades características das grandes cidades quanto narrativas relativas à vida no âmbito da metrópole, fazendo da música punk um potente veículo de absorção e transmissão de experiências urbanas. Assim, este trabalho explora a música como elemento catalisador de formas de apropriação e ação na dimensão da cidade e a música punk enquanto lente para a análise do fenômeno urbano, em particular pela observação de quais olhares o punk brasileiro lança sobre o espaço urbano no contexto periférico da cidade de São Paulo. Na produção das bandas punks que emergiram na cidade no início da década de 1980, período fundamentalmente marcado por um truncado processo de redemocratização, observa-se uma acentuação das questões colocadas pelo punk no plano internacional. No contexto brasileiro a linguagem agressiva do punk foi superlativada pela ânsia da juventude carente em expressar a própria experiência de crise em meio à particular complexidade da metrópole paulistana. A contundência e a densidade da música punk evidenciam, portanto, as tensões e relações tacitamente presentes no espaço da cidade a partir da percepção sensível daqueles que vivenciam seus espaços, de forma a permitir uma investigação mais complexa do fenômeno urbano.
Palavras-chave: Cultura Urbana; Espaço Urbano; Música; Punk
ANTOS, Débora Gomes dos. Vivo na cidade: a experiência urbana na cultura punk. 2015. Dissertação (Mestrado em Teoria e História da Arquitetura e do Urbanismo) – Instituto de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2015.