Vida no Brasil

6. Pietro M. Bardi e Assis Chateaubriand, na inauguração do MASP em Outubro de 1947

Após o casamento, Pietro e Lina viajam para a América do Sul. Chegam ao Brasil ainda sem planos para permanecer e organizam três exposições no Rio de Janeiro, com a coleção trazida no navio. Nessa viagem, conhecem Assis Chateaubriand que convida Pietro M. Bardi a organizar e dirigir um museu. Inicialmente, a ideia era instalar o museu no Rio de Janeiro, mas a situação econômica e a configuração de São Paulo como principal pólo metropolitano do país alteram os planos iniciais.

 

O casal muda-se para São Paulo e, em 1947, é fundado o Museu de Arte de São Paulo (MASP) para o qual trabalharam todas as suas vidas. Pietro M. Bardi diretamente na direção da instituição e Lina Bo diretamente em muitas oportunidades projetando exposições, realizando mostras, criando a revista Habitat e a frente do projeto editorial dos primeiros números, realizando cursos e, por fim, projetando a sede definitiva que abriga o Museu e é um dos símbolos de São Paulo.

7. Museu de Artes de São Paulo, MASP

Depois de dois anos de funcionamento, Bardi decidiu criar uma escola de design dentro do museu. Inspirado pelos exemplos norte-americanos, ele pretendia construir um grupo de ateliês para os seus alunos. Com este objetivo em mente, Bardi e Chateaubriand visitaram o bairro do Morumbi. O projeto não se concretizou, mas Pietro e Lina decidiram construir uma casa no bairro, que funcionasse como extensão do MASP e pudesse abrigar visitantes e oferecer cursos. Compraram dois lotes, em 1949[1].

Lina colabora durante alguns anos com a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, da Universidade de São Paulo. No entanto, a contratação definitiva não ocorre e no final da década de 1950 inicia um contato profícuo com o Nordeste do país. Vai a Salvador em 1958 para dar conferências na Escola de Belas Artes, da Universidade da Bahia, e é convidada para dirigir o Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA), projetando, em 1960-3, o restauro do Solar do Unhão e sua adaptação para sede do museu.

8. Lina Bo Bardi no Solar do Unhão , Salvador

Após o Golpe Militar de 1964 e a rigidez do novo governo, Lina Bardi retorna a São Paulo em 1966, retomando e concluindo o projeto do Museu de Arte Moderna de São Paulo (MASP) na Avenida Paulista, que é inaugurado em 1968. Durante seus últimos dez anos de vida, após a inauguração do SESC Pompéia em 1982, Lina realiza uma série de projetos, desfrutando de grande respeito nos meios profissionais e públicos, sendo apoiada pelos seus jovens colaboradores, Marcelo Ferraz, André Vainer e Marcelo Suzuki.

Lina Bo Bardi falece em 1992, mas um pouco antes cria com Pietro o Instituto Quadrante, que origina o Instituto Lina Bo e Pietro Maria Bardi, cuja missão é fomentar as artes e a arquitetura no país, dando continuidade à obra que o casal se dedicou no Brasil. Em 1996, já adoecido, Pietro Maria Bardia se afasta do comando do museu. Abatido e com sua saúde debilitada, ele falece em 1º. de outubro de 1999, tendo deixado a Casa de Vidro como sede do Instituto.