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“PAGE: A difusão da arquitetura moderna no Brasil”

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– durante os dias 06 a 10 de novembro realizou-se a exposição “PAGE: A difusão da arquitetura moderna no Brasil” na Escola Estadual Conselheiro Crispiniano, obra referencial de Vilanova Artigas localizada em Guarulhos, cujo projeto integra o conjunto das mais de 1100 obras levantadas pelo projeto realizado pelo Grupo de Pesquisa “Arte, arquitetura Brasil: Diálogos na Cidade Moderna e Contemporânea – ArtArqBr”, que teve como escopo central o inventário e a análise do patrimônio arquitetônico criado pelo Plano de Ação (PAGE) do Governo Carvalho Pinto (1959-1963)”, composto por equipamentos públicos, tais como Escolas, Fóruns de Justiça, Postos de Saúde, Edifícios Universitários, Casas da Agricultura, dentre outros.

A Escola Estadual Conselheiro Crispiniano, ou o Ginásio de Guarulhos como conhecido, de autoria de Vilanova Artigas e Carlos Cascaldi, destaca-se dentre a extensa quantidade de projetos realizados pelo PAGE devido à introdução de diversas ideias e do aprofundamento de concepções adotadas em outros projetos, também referenciais, como o Ginásio de Itanhaém, projetado em 1959, que introduz, no âmbito de projetos de equipamentos públicos, a ideia de abrigo sob uma única cobertura, que integra o programa e a importância da estrutura como definidora da forma arquitetônica. A escola de Guarulhos acrescenta a tais conquistas os “meios níveis e o espaço vazio central, ao redor do qual o programa se distribui. Esse espaço, introvertido e iluminado zenitalmente, é inaugural na arquitetura brasileira, e será um modelo para boa parte da arquitetura paulista desenvolvida na década de 1960” (VALENTIM, 2003, p.166), sendo o edifício da Faculdade de Arquitetura da Universidade de São Paulo (FAUUSP) talvez o maior representante dessa produção que viria a ser denominada Escola Paulista.

O projeto em questão também ensaia uma forma outra de produção de cidade: escolas que se propõem como espaços públicos, como projetos urbanos, como uma grande praça ao redor da qual a cidade realiza suas atividades cotidianas. Restitui-se, em um espaço interno e também íntimo para os que dele usufruem, um caráter público, porém conservando um peculiar sentido de interioridade: político, associado à função social da arquitetura, e urbano, ao assumir a arquitetura enquanto forma urbana (KAMITA, 2000, p.14), por meio de uma cobertura única que encerra “um pequeno universo, a própria recriação da cidade enquanto espaço projetado e construído” (BUZZAR, 2014, p. 351), a cidade abreviada no edifício.

Além da exposição em si, realizaram-se quatro sessões de apresentações interativas com turmas do ensino fundamental II e do ensino médio, assim como uma oficina de desenho com os alunos de 6º ao 8º ano. Proporcionou-se, dessa forma, o diálogo entre pesquisadores do IAU e os alunos desta referencial escola pública, configurando-se enquanto importante atividade de extensão, que ensaia o prosseguimento de tal diálogo entre arquitetos e os usuários cotidianos dos espaços estudados, averiguando que “Os urbanistas indicam usos possíveis para o espaço projetado, mas são aqueles que o experimentam no cotidiano que os atualizam.” (JACQUES, 2008).

fotos do evento