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Missa de sétimo dia: Gelson de Almeida Pinto

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Na última sexta-feira, dia 29 de junho, faleceu o professor Gelson de Almeida Pinto. Contratado pela Escola de Engenharia de São Carlos (EESC/USP) em 18 de agosto de 1983, Gelson, junto com os professores Agnaldo Farias, Azael Camargo e Carlos Martins, foi um dos formuladores da proposta do Curso de Arquitetura e Urbanismo, em 1985. Professor de Projeto na graduação, ministrou disciplinas na pós-graduação, e orientou alunos de mestrado. Abreviou a sua carreira docente, aposentando-se em 4 de março de 2017, em função de problemas de saúde que, infelizmente, ocasionaram o seu falecimento.

No próximo dia 5 de julho, às 19 horas, na paróquia “São Bento” (São Paulo-SP) será celebrada a missa de sétimo dia em memória do professor Gelson. A paróquia fica localizada à Rua Santo Américo, 357, no bairro Morumbi.

No dia 21 de agosto, às 14 horas, durante a próxima reunião da Congregação do IAU, será prestada homenagem ao docente em seção aberta. 

Gelson era um cara alto, grandalhão e, fingidamente desajeitado, exagerando o “grandalhão”. Por isso, todos os chamavam de Gelsão. Sempre se apresentava falando firme e direto, como se estivesse ralhando com você, com alguma coisa, com alguém. Esse era o cartão de visita, com o que, também fingidamente, mostrava um cara muito duro, bravo e….seguro, firmão. E foi assim que o conheci, como todos os demais que o conheceram e conviveram com ele. Se você já sabia que não era bem assim, via sempre essa mesma performance com novas pessoas a conhecer e com quem ele faria a mesma demonstração.

Passada essa apresentação é que se percebia a pessoa gentil e generosa, atenciosa com os alunos que, a princípio assustados, acabavam por aprender também que não era nada daquilo. Na verdade, o sujeito firmão desaparecia e surgia um ser humano, grande sim, mas nada desajeitado, brincalhão, tirador de “sarro”, sardônico e irônico ao mesmo tempo. Muito rápido em perceber a situação aproveitável para lançar a brincadeira, ágil na criação da piada.

Farrista, como eu, adorava o convívio com comidas e drinks, e tinha um paladar muito refinado. Certa vez, apresentei-lhe o restaurante Mestiço, em São Paulo, e sua dona, Ina Abreu. Ele tinha pedido um prato estranho, mix de tailandês com baiano, e ele descreveu os temperos que compunham os ingredientes e Ina concordou com todos. Simplesmente provando o prato, ele sacou a receita.. Bom copo, bom prato e bom cozinheiro, tentou o quanto pôde transformar sua casa – as diversas por onde morou em São Carlos – em ponto de encontro para amigos, professores, alunos e quem mais aparecesse para trabalhos, jantares, encontros, farras tais que invariavelmente participei.

Marcelo Suzuki

Gelson deixará saudades, muitas saudades. Nesses tempos atribulados, em que tudo que acreditamos parece estar por um fio, a dolorosa perda de um colega obriga-nos a refletir sobre os sentidos de nosso trabalho como docentes. E, nessa hora, a lembrança do arquiteto, professor e amigo Gelson se faz presente.

IAU/USP