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Alunos do IAU recebem menção honrosa especial em concurso internacional

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_ Na última quarta-feira (1), uma equipe composta por alunos de graduação do Instituto de Arquitetura e Urbanismo (IAU-USP) recebeu uma menção honrosa especial em um concurso internacional promovido pela “ArchStorming Architecture Competitions” em conjunto com a organização sem fins lucrativos “His Hands On Africa” (HHOA). A proposta do desafio era construir a Clínica Dentária e o Instituto de Treinamento HOPE na capital de Ruanda, Kigali, localizada no centro da África. O país enfrenta problemas com a questão de saúde pública, como o difícil acesso da população a tratamentos odontológicos básicos (para se ter noção, existem cerca de 50 dentistas para atender a população de quase 12 milhões, o que equivale a um dentista para cada 250.000 habitantes). Além da clínica odontológica, que atenderá a população local, o HOPE Dental Center fornecerá treinamento de alta qualidade a dentistas voluntários, que irão oferecer seus serviços às comunidades carentes do país.

O programa do projeto era constituído, obrigatoriamente, por três edifícios (a clínica odontológica/ centro de treinamento, o alojamento para os voluntários e um armazém/ centro de distribuição), que estariam dispostos em um terreno com cerca de 8000m2 de área e uma diferença de 36 metros de altura entre a cota mais baixa e a mais alta. A equipe formada pelos alunos do quarto e quinto ano, Diego Zumpano Antonio, Isabela Okada Marquez, Leonardo Soares e Luccas Melo, desenvolveu uma proposta que levasse em conta, principalmente, as características naturais da área de intervenção e da cultura local do país, como explica Luccas: “como se tratava de um outro país, tivemos que nos informar sobre a disponibilidade de materiais, de mão de obra e de infraestrutura em Ruanda, além de aprender sobre a cultura e as tradições construtivas locais. A dificuldade de acesso à água, por exemplo, torna o sistema de coleta de água da chuva essencial”. Ademais, o projeto fazia uso de materiais construtivos de fácil disponibilidade no local (como a pedra utilizada em algumas partes dos edifícios) e contava com um conceito que remetesse a outras obras arquitetônicas já existentes na cidade, como a Faculdade de Arquitetura e Desenho Ambiental da Universidade de Ruanda.

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Os três edifícios propostos foram articulados através de eixos principais de visão e circulação, conferindo, também, uma uniformidade ao projeto. Os dois volumes do térreo da clínica foram dispostos de forma a criar o volume da recepção, que se abre para a paisagem e se destaca tanto em forma quanto materialidade (aqui, foi utilizado concreto colorido). Através de um terraço, a recepção convida as pessoas que adentram o edifício a contemplarem a vista do restante do terreno, reforçando os eixos estruturais do projeto. O eixo de circulação divide o prédio do alojamento em duas partes: uma área mais privativa, onde se encontram os quartos e banheiros, e uma área social, onde estão a cozinha e o espaço para refeições e confraternizações. A fim de garantir a conservação da paisagem, o edifício do armazém foi parcialmente enterrado, transformando seu telhado em uma cobertura verde caminhável e gerando uma continuação do terreno.

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Para a construção dos edifícios, foram adotados dois métodos construtivos: paredes estruturais de blocos de concreto (que são empregadas nos prédios da clínica odontológica, do alojamento e na parte administrativa do armazém) e o sistema de pilares e vigas de concreto (presente no grande galpão do armazém). Com relação à questão material, foram utilizadas pedras como acabamento para as paredes do nível inferior do edifício da clínica (e em outras partes dos edifícios), transmitindo uma sensação de rigidez a esta base semienterrada e contrastando com as esbeltas estruturas metálicas dos telhados, que são “destacados” da construção – proporcionando um melhor conforto térmico aos edifícios. Seguindo o programa do projeto, foi proposta uma área coberta por um pergolado de madeira e palha no pátio do edifício da clínica.

A proposta foi enviada no início de março e, pouco menos de um mês depois, vieram os resultados: dentre todas as propostas, vindas de todos os cantos do mundo e por diferentes perfis de participantes (arquitetos formados ou não e até mesmo profissionais e estudantes de qualquer área que desejassem participar), foram selecionados 50 finalistas. Dentre estes, 10 projetos receberam menção honrosa, 2 receberam menção honrosa especial e outros 3 ganharam o prêmio de terceiro, segundo e primeiro colocado, que será construído. A equipe do IAU foi uma das quais receberam a menção honrosa especial, compondo um dos cinco melhores projetos do concurso.

Além da colocação, o grupo receberá um prêmio em dinheiro.

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Para demais informações sobre o concurso e seus vencedores, acesse o site: https://www.archstorming.com/hope.html