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Professora aposentada do IAU USP publica livro “Amaury de Medeiros e o Recife” pela Editora Intermeios

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_ A professora aposentada do IAU-USP, Telma de Barros Correia publica, pela Editora Intermeios, o livro “Amaury de Medeiros e o Recife: Arquitetura, Cidade e Higiene na Década de 1920”.

Uma parte do conteúdo do livro foi publicada na forma de artigo no Anais do Museu Paulista, com o título “Gilberto Freyre e Amaury de Medeiros: tensões entre culto à tradição e messianismo sanitário (Recife, 1923-1926)”. Caso se interessem, o link para acesso do volume da revista onde está o artigo é: Anais do Museu Paulista – Vol. 28/2020 – Portal de Revistas da USP

Resumo:

O livro “Amaury de Medeiros e o Recife: Arquitetura, Cidade e Higiene na Década de 1920”, de autoria da professora aposentada do IAU-USP, Telma de Barros Correia, e publicado pela editora Intermeios, tem como temas centrais arquitetura neocolonial, reforma da habitação, jardins públicos, regionalismo e higiene. A aproximação a tais assuntos é feita a partir da atividade do médico sanitarista Amaury de Medeiros (1893-1928). A obra se centra no período entre fevereiro de 1923 e outubro de 1926, quando Amaury de Medeiros chefiou os serviços de higiene de Pernambuco e promoveu uma ampla reforma da saúde e da assistência médica no Estado. Na ocasião, contudo, o médico teve uma ação não menos relevante no plano do urbanismo e da arquitetura. Atuou de forma decisiva em um conjunto de realizações do governo estadual – dirigido por seu sogro Sergio Loreto – e municipal – dirigido por seu tio Antônio de Góes – que interferiram de forma profunda nas feições então assumidas pelo Recife. Dele partiram iniciativas de planos de urbanização de bairros, criação de praças e construção de prédios. Em mais de uma ocasião, não se satisfez com a iniciativa das ações e assumiu a elaboração de projetos, fixando padrões que foram, em alguma medida, seguidos pelas administrações estadual e municipal. Amaury foi responsável por algumas das construções mais notáveis erguidas no Recife em estilo neocolonial, pela arborização de ruas e criação de praças de desenho pitoresco e pelas obras de drenagem de lagoas e pântanos que permitiram a urbanização de Boa Viagem e do Derby e a expansão de vários outros bairros. Formulou e dirigiu uma das primeiras iniciativas nacionais de construção de casas populares por iniciativa do poder público: a fundação A Casa Operária. Criou a Cruz Vermelha Pernambucana, que deu início à construção da Maternidade do Derby. Quem conhece o prédio da FUSAM e a praça em frente, o conjunto de prédios neocoloniais dos hospitais da Tamarineira e Oswaldo Cruz, Boa Viagem e o Derby, pode avaliar o alcance do impacto de Amaury de Medeiros sobre a cidade. A ação de Amaury de Medeiros, através da fundação A Casa Operária, revela um vínculo importante entre as vilas operárias de fábrica e os conjuntos habitacionais criados pelo Estado. Se a produção de moradias por essa fundação foi limitada, seu vínculo com a posterior Liga Social Contra o Mocambo revela outra dimensão do impacto amplo de Amaury sobre o Recife. O médico foi, ainda, um dos seis membros fundadores do Centro Regionalista do Nordeste e participou de forma muito ativa dos dois eventos promovidos pela associação: a Semana das Árvores e o Primeiro Congresso Regionalista do Nordeste. No Rio de Janeiro e no Recife, Amaury de Medeiros esteve envolvido na formulação de projetos de reforma para o país, discutidos no âmbito da Associação Brasileira de Educação, do Clube dos Bandeirantes do Brasil, da Sociedade Brasileira de Higiene, da Associação Brasileira de Urbanismo, do Centro Regionalista do Nordeste e de sociedades médicas. Teve entre seus interlocutores influentes intelectuais, artistas e profissionais, entre os quais Gilberto Freyre, o jornalista Annibal Fernandes, o poeta Olegario Marianno, o urbanista Nestor de Figueiredo e os médicos Carlos Chagas, Clementino Fraga, Fernando Magalhães, Ulysses Pernambucano, Octavio de Freitas, Aggeu Magalhães e Alfredo de Moraes Coutinho.

capa e sumário do livro

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Legenda das Imagens:
. Grupo Escolar, cujo prédio foi projetado por Amaury de Medeiros.
. “Vila Operária Paz e Trabalho”, construída pela fundação “A Casa Operária”, sob a direção de Amaury de Medeiros.