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Por que IC é muito importante (inclusive para quem não quer carreira acadêmica)

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_ Ao pensar nas palavras “método científico”, fica fácil dizer algumas outras palavras que essas duas têm o poder de despertar em nosso cérebro: chato, difícil, incompreensível, entediante. Esse sentimento é natural, visto que o método científico nos é ensinado de maneira complicada e, na maioria das vezes, equivocada.

Mas o método científico nada mais é do que uma ferramenta que nos guia por um caminho objetivo, confiável e, sobretudo, imparcial de trazer respostas (ou pelo menos, diminuir incertezas) para qualquer tipo de problema: desde um ingrediente de uma massa de bolo até uma nova partícula detectada no universo.

Para entender melhor, e na prática, do que se trata o método científico, a Iniciação Científica é uma excelente oportunidade. Disponível em qualquer área do conhecimento, a IC, como é carinhosamente conhecida por alunos de graduação, e para quem ela é voltada, permite a compreensão de algum conceito ou problema relacionado à área de conhecimento na qual o aluno está inserido, sendo de extrema importância mesmo para o estudante que não tem qualquer pretensão de seguir a carreira acadêmica.

No Instituto de Arquitetura e Urbanismo (IAU/USP), há bastantes oportunidades de IC, durante a qual o aluno é orientado por algum docente para realização de um trabalho específico. “O trabalho normalmente será vinculado à pesquisa do docente e, durante esse tempo, o aluno aprenderá como funciona o método científico. É uma oportunidade muito boa, pois permite que ele se aprofunde em determinado assunto de interesse, e às vezes até em mais de um assunto, pois é possível fazer mais de uma IC durante o curso. A IC é, sobretudo, uma possibilidade de experimentação para o aluno”, afirma Karin Chvatal, docente e presidente da Comissão de Pesquisa do IAU.

Além do benefício de compreender o método científico, uma IC é útil por diversos outros aspectos, como colocar em prática a organização e a disciplina, além do desenvolvimento de habilidades de comunicação, visto que o aluno de IC terá diversas oportunidades de apresentar seu trabalho em público. “IC envolve prazo e disciplina, além da noção de responsabilidade. A IC pode ser considerada a primeira experiência profissional do aluno, pois ele manterá vínculo com uma empresa, no caso, a universidade, receberá uma bolsa, equivalente ao salário, e terá um orientador, equivalente ao chefe”, elucida Felipe Ortega Romano, funcionário da Assistência Acadêmica do IAU.

No IAU, as oportunidades de IC são inúmeras, sendo possível receber financiamento via Programa Unificado de Bolsas (PUB/USP), via Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) e Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (PIBITI). “A FAPESP também oferece bolsas nessa modalidade, mas exige uma preparação melhor do projeto. Já tivemos bolsas também em parceria com empresas. Qualquer oportunidade de IC é enviada aos alunos do Instituto assim que chegam até nós”, conta Karin.

No entanto, há um diferencial na IC oferecida no IAU: além da pesquisa, os projetos contemplados muitas vezes estão também envolvidos com extensão, o que permite que o aluno tenha contato direto com o público fora da universidade. “No IAU, o envolvimento dos alunos em IC é bastante alto: aproximadamente dois terços deles passam por alguma IC durante a graduação. No último SIICUSP*, tivemos 64 trabalhos inscritos, um número bastante alto”, diz a docente.

Palavra do aluno

Gabriel Botasso, atual aluno de mestrado do IAU, passou por três ICs durante a graduação. Mesmo tendo optado pelo percurso acadêmico, ele diz que fazer pesquisa é importante para qualquer aluno, pois ela permite que se crie um olhar crítico. “É muito natural incorporarmos o que as pessoas nos falam, mas, ao mesmo tempo, temos que absorver isso a partir de um filtro nosso e é justamente através da pesquisa que conseguimos criá-lo”, afirma. “Graças à pesquisa, você cria critérios para escolher suas ações ao longo de sua trajetória, seja ela acadêmica ou não”.

Além de senso crítico, a IC pode também oferecer uma visão complementar sobre o que é aprendido nas aulas. “É possível colocar em prática alguns conceitos aprendidos em sala sobre algum assunto que seja de seu interesse”, diz o aluno.

Mas, como qualquer trabalho de pesquisa, a IC ocupa um bom tempo dos alunos. E conciliar a carga horária de um curso integral com Iniciação Científica pode ser um desafio para muitos. “Dependendo do ano da graduação, temos mais carga horária, mais trabalhos em grupo, especialmente nos primeiros anos. Conciliar tudo, realmente, pode ser difícil, mas sempre trabalhei com cronogramas muito bem definidos”, conta.

Por outro lado, Gabriel ressalta que, quando você escolhe trabalhar com um assunto de seu interesse, fica mais fácil conciliar. “Minha dica mais importante é: não deixe a pesquisa de lado em nenhum momento. Mesmo que você trabalhe somente uma hora por dia, é importante manter o ritmo, e não cair na tentação de perder a motivação e abandonar a IC. Dar passos pequenos é o segredo para completar toda trajetória”, finaliza o aluno.

Para mais informações sobre IC, acesse a página da Comissão de Pesquisa do IAU.

*Simpósio Internacional de Iniciação Científica da Universidade de São Paulo