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História viva do IAU: Fátima Mininel

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_ Uma bonita menina de 16 anos queria começar a trabalhar e a ganhar o próprio dinheiro. Seu pai, que já trabalhava na Universidade de São Paulo (USP) há muitos anos, e foi o primeiro secretário do Departamento de Arquitetura da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC/USP), em princípio, não gostou da ideia. “Comecei a fazer um curso de datilografia e perguntei ao meu pai se, para treinar, eu poderia usar alguma máquina de escrever que ele tivesse no trabalho. Coincidentemente, ele tinha uma máquina de escrever no canto de sua sala e, todos os dias, eu ia pra lá treinar datilografia. A professora Julieta Martinelli sempre me via lá no cantinho e, um dia, ela perguntou ao meu pai se eu gostaria de trabalhar como secretária dela, em princípio, sem remuneração. Eu queria mesmo era ganhar meu dinheirinho, mas topei a proposta só pelo aprendizado”.

O depoimento acima é de Fatima Maria Leal Mininel, chefe do Serviço de Expediente e Protocolo do Instituto de Arquitetura e Urbanismo (IAU/USP), e descreve como ela, ainda adolescente, começou sua carreira na USP, que mantém com alegria até os dias de hoje, 37 anos depois do fato narrado no primeiro parágrafo.

Depois de trabalhar um ano sem qualquer remuneração, Fatima participou de um processo seletivo e foi aprovada, dando início oficial à sua carreira na universidade, em 1983. Como grande parte dos funcionários de carreira da USP, Fatima passou por diferentes setores, incluindo a diretoria da EESC e a Secretaria e Gerência Administrativa do Departamento de Arquitetura (SAP).

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Ao ser criado o Instituto de Arquitetura e Urbanismo em 2010, Carlos Martins, o primeiro diretor do IAU, convidou Fatima para chefiar o Serviço de Expediente e Protocolo, algo completamente novo para ela. “A Cleverci [Malaman,funcionária do IAU] trabalhou anos no protocolo, e me ensinou muita coisa! Ela me levou, inclusive, em todos os protocolos do campus, para que eu conhecesse o funcionamento de cada um. Sou muito grata a ela”, conta.

Mesmo depois de tantas décadas em serviço, Fatima mantém o entusiasmo pelo trabalho, e afirma ter muito amor pelo que faz. “Como tudo na vida, aprendi muita coisa e batalhei muito para estar onde estou. Foram anos de aprendizado e toda minha vida foi aqui na USP. Tenho muito amor por este lugar”, diz.

Ela relembra que muitos professores, alunos e funcionários já passaram e se foram. E, nesse sentido, ela tem muitas recordações e cita alguns fatos marcantes, como o da ex-docente do IAU, Mayumi Watanabe de Souza Lima, que morreu em um acidente de carro. “Mayumi, que morava em São Paulo, sempre trazia para nós um strudel, que preparava de madrugada. Ou então ela trazia algum presente que era exatamente a sua cara. Foi uma pessoa muito especial”, relembra.

Mas, para ela, marcante mesmo é o carinho e o respeito que sempre recebeu de todos. E, com tanto carinho pelo que faz, pela instituição e pelos colegas de trabalho, Fatima diz ainda não ter vontade de se aposentar. “Isso tudo é o que me mantém aqui até hoje, sem vontade de querer sair”, conclui.

Legenda da imagem 1: Fátima Mininel (créditos: Paulo Victor Souza Ceneviva)
Legenda da imagem 2: Foto tirada em 1983, quando Fátima ingressou na USP. Da esquerda: Adriana Ferrari, Cristina Scabora, Sônia Costardi, Fátima Mininel e seu pai Rui Leal (créditos: arquivo pessoal)