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– A comunidade do Instituto de Arquitetura e Urbanismo (IAU) da USP São Carlos reuniu-se no final da manhã do dia 22 de maio de 2014 para prestar uma homenagem a João Filgueiras Lima, um dos maiores nomes da arquitetura brasileira, falecido na última-feira quarta-feira, em Salvador/BA, aos 82 anos.

Professores, funcionários e alunos de graduação e pós-graduação do Instituto se reuniram no hall de entrada da unidade, onde o diretor Carlos Alberto Ferreira Martins falou sobre a história de Lelé e seu significado não somente para a Arquitetura e o Urbanismo, mas também o que ele representou socialmente para o país.

Nas primeiras palavras Martins lembrou que importantes perdas ocorreram recentemente para a arquitetura nacional, como as de David Libeskind (criador do Conjunto Nacional) e Miguel Pereira (ex-presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil).

O diretor ressaltou que a homenagem da comunidade do IAU deveria se pautar em duas dimensões – pela obra de Lelé na arquitetura brasileira e também sobre sua ligação com São Carlos. Martins citou entre os exemplos do legado do arquiteto carioca e radicado na Bahia seu trabalho na construção de Brasília e da UnB. “Lúcio Costa sempre disse que o Brasil tinha três grandes referências de arquitetos. Um teórico, que Lúcio intitulava a ele mesmo. Depois um inventivo, que era Oscar Niemeyer. E, por fim, um construtivo, que era o Lelé”, lembrou Martins.

Ele fez de destacar a figura humana, humilde, generosa e extraordinária que era Lelé. “Uma das coisas que ele defendia era que a arquitetura não pode estar apenas a serviço dos ricos”, ressaltou o diretor do IAU ao analisar a defesa do trabalho social nas obras de Lelé.

E entre estas obras espalhadas por todo o país está o Hospital Escola Municipal “Dr. Horácio Carlos Panepucci”, cujo projeto foi doado pelo arquiteto na década passada à Prefeitura de São Carlos. “Mas a ligação de Lelé foi anterior e isso. No final da década de 60 e início dos anos 70 ele esteve em São Carlos para conhecer projetos de pesquisadores do então Departamento de Arquitetura da Escola de Engenharia da USP sobre uma técnica nova: a argamassa armada”, relatou Martins.

Ele ainda fez questão de frisar, principalmente aos alunos presentes, que Lelé foi responsável pela criação de um modelo pré-fabricado leve para a construção, que permitiu que municípios pequenos do Brasil realizassem pequenas e importantes obras em áreas vitais como a saúde e educação, entre outras.

Após a fala do diretor do IAU, foi guardado um minuto de silêncio em memória a Lelé, seguido por uma calorosa salva de palmas. O Instituto decretou luto oficial de três dias.

Imagem: Comunidade do IAU-USP presta homenagem a Lelé (crédito: Alexandre Milanetti)